quarta-feira, 6 de julho de 2011

Arquétipo: Ladrão de túmulos

Considerados profanos por alguns, os ladrões de túmulos são uma variação interessante para seus personagens de RPG. Mas o que motivaria um PJ a entrar em tumbas, mausoléus e cemitérios?

Motivação
Para começar, ouro, dinheiro e pedras preciosas. Não seria estranho se nobres decidissem ser enterrados com alguns de - ou todos - seus mais preciosos bens. Contudo, eles certamente requisitariam que seus lugares de repouso fossem muito bem protegidos, para evitar a ação de ladrões. Isto, por si só, já geraria um bom gancho para aventuras e dungeons inesquecíveis.

Em segundo lugar, ladrões de túmulos poderiam estar atrás de segredos enterrados com sábios do passado. Talvez, junto com os preciosos tesouros dos nobres, alguns tivessem guardado mapas ou códigos secretos que levam a recompensas ainda maiores.

Em terceiro lugar, pergaminhos, livros, itens mágicos e artefatos poderosos poderiam ter sido sepultados junto com aqueles que os possuíram em vida. E isto abre um precedente interessante: até mesmo magos poderiam ser ladrões de túmulos, tentando encontrar os segredos de gerações passadas, ou então clérigos, querendo recuperar artefatos de sua fé, há muito perdidos.

E, por fim, material para estudos. Durante a nossa verdadeira idade média, não existiam corpos embalsamados com formol, que poderiam ser estudados por médicos. Se algum legista quisesse estudar o funcionamento do corpo humano, precisava ir atrás de espécimes recém... falecidos! Como as famílias relutavam em dar permissão para tal prática, o jeito era invadir cemitérios e roubar corpos e ossos para estudo.

Como encaixar na sua aventura?
O ladrão de túmulo não precisa ser uma classe nova em seu jogo favorito. Você pode usá-lo como um conceito para seu personagem, ou mesmo para o grupo todo, como uma guilda de ladrões tumulares. O importante é definir este arquétipo como sua ocupação, independente da classe de seu personagem, e guiar suas ações nesse sentido.

Uma vantagem de se fazer isso, é que seu personagem não precisará ser contratado por ninguém para cumprir seus objetivos, mas poderá ir atrás de boatos sobre tumbas cheias de dinheiro, ou covas recém abertas no cemitério local. E, se já tiver conseguido juntar uma boa quantia de moedas de ouro, poderá até mesmo montar expedições e contratar hirelings para fazer o serviço pesado.

Mais ganchos para aventuras
Outro ponto interessante são os problemas em que os ladrões de túmulo poderiam se meter: clérigos enfurecidos, famílias desesperadas atrás dos restos mortais de um ente querido, maldições desencadeadas por violarem tumbas seladas magicamente, assombrações e fantasmas libertados acidentalmente... e a lista só aumenta com a sua criatividade.

Conclusão
Use sua criatividade e explore este arquétipo da melhor maneira possível. Contudo, não faça isso na vida real: lembre-se que RPG é um jogo, e se você está pensando em transferir conceitos desse hobby para a realidade, há algo muito errado com você.
o ClérigoSo long and thanks for all the fish!

10 comentários:

  1. Este é um daqueles posts que você lê e fica com a cabeça cheia de idéias =).

    Como arquétipo de personagem fica a opção. Mas achei mais interessante utilizar a idéia como gancho para aventuras mesmo.

    A idéia de buscar itens mágicos é excelente. Principalmente para quem gosta de ambientar sua campanha em cenários em que a magia é rara e itens mágicos são únicos.

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  2. Muito legal esse arquétipo!! Parabéns Clérigo!

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  3. Ótimo arquétipo, talvez um dos melhores até agora. Gostei bastante quando disse sobre guildas especializadas em roubar túmulos. Isso com certeza gera muitos ganchos a serem utilizados.

    E caso alguns achem estranho ser enterrado com pertences pessoais, vejamos os faraós. Eram ricos, considerados deuses e eram enterrados em gigantescas tumbas (pirâmides) com toda essa riqueza, porém, uma tumba repleta de armadilhas. E os ladrões de túmulo as saqueavam.

    Resumindo, ótimo post, usarei este arquétipo.

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  4. Muito bom! Gostei aqui na mesa que se preparem!

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  5. Que massa, nunca tinha pensado num personagem desse tipo. Tive idéias! :P

    Ah, Clérigo, nem é necessário aquele aviso ali embaixo, afinal que mente atrofiada tentaria fazer algo tão bizarro em sua vida (o Dean e o Sam no Sobrenatural eu até entendo, né... mas eles têm motivos xD)

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. achei legal a ideia, mas tem um "problema" igaula todas as classes "especializadas" (como um dragonslayer, por exemplo): o grupo fica meio em função da especializaçao do personagem.

    se as aventuras sao em ambientes q nao tem tumulos, a proposito do ladrao se perde um pouco, e nao digo em termos de regras. penso na praticidade: se sou especialista em roubar tumulos (ou se dedico minha vida a matar dragoes), pq farei outra coisa?
    nao entendam mal, achei muito legal e bem construido, so acho um pouco restritivo para "aventuras do dia a dia" (mas ideal para algo tematico)

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  8. @Druida: acho que o propósito dessa seção é dar ideias para explorar outras possibilidades de aventuras, não apenas definir um arquétipo como se fosse uma classe de personagem. O importante é dar boas ideias aos mestres e jogadores.

    @Frodo: obrigado Frodo!

    @Arantes: explorar tumbas faraônicas é diversão na certa! (e maldições, múmias, etc, etc)

    @Dragões: maravilha velinho! Se um leitor usar estas ideias, já fico feliz.

    @Encaitar: infelizmente tem uns rpgistas meio loucos soltos por aí...

    @Mestre Walla: esse filme é digno de Cine Trash, rsrsrsr

    @Beltrame: concordo com vc. Esse arquétipo funcionaria bem numa campanha temática, talvez com todos os personagens tendo o roubo de túmulos como objetivo de vida.

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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  10. Quanto tempo não visito o templo do clérigo...

    Gostei muito da matéria... deu uma boa idéia pro mu grupo atual para uma aventura...

    Vlw clérigo!!

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