terça-feira, 15 de novembro de 2011

Comando para Jogar- Aventuras Repressivas e Educativas.

Bom dia pessoal, semana passada não tivemos comando para jogar por motivos de estudos. E só estou explicando isso porque é justamente aqui o local onde primeiro apresentarei o meu
jogo/cenário para o ensino  de História.




Foi muito difícil decidir seguir por este ramo da educação, conversei com vários professores, inclusive o caríssimo Clérigo dono deste blog, e as opiniões foram um tanto diversas. Mas no final a conclusão que fica é que ser professor não é nada fácil. Confesso que não estou cem por cento certo de que é isso que eu quero para minha vida, mas se vou fazer isso, vou começar de uma maneira que eu gosto muito, com RPG.

Podemos encontrar trabalhos de RPG aplicados em sala de aula, são pessoas de muita iniciativa e persistência, pois as limitações são muitas, sendo uma delas a imposição dos padrões clássicos de ensino, o medo da mudança. A maior dificuldade encontrada não é apenas essa imposição pelas escolas, mas também pelos alunos, que acostumados com uma aula de História que dá vontade de dormir, não se importam nem um pouco com a disciplina. Essas são dificuldades recorrentes, mas se você gosta do que faz, já é um começo.

O trabalho com o RPG foi escolhido porquê proporciona um aprendizado nos moldes do que pede as atuais propostas para o ensino de História, não entrarei em detalhes, mas é aquela velha idéia de criar alunos pensantes, não aqueles que decoram a matéria pra prova, que não acreditam na primeira coisa que vêem ou lêem.

O trabalho terá um jogo, e este será trabalhado em forma de oficina educativa fora do período escolar, e o cenário será a Ditadura Militar no Brasil. Primeiro porque é inédito e depois por causa de uma outra inspiração que eu tive para o jogo, o romance 1984 de George Orwell, ícone de uma literatura de crítica política, autor também do livro Revolução dos Bixos.

Em 1984, o autor conta uma história do futuro (pois foi escrito em 1948) onde o mundo é comandado por um partido oligárquico coletivista, ou seja, um comando com mãos de ferro com a desculpa de promover a igualdade, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.Neste livro somos apresentados a figura do Big Brother, a figura do grande líder do partido. Cada membro do partido tem em casa uma espécie de televisor que inspeciona tudo que ele faz e casa e apresenta programas do partido, sim o BBB do Bial tem uma origem um pouco mais nobre que a que a população conhece. Em meio as criticas e proibições exageradas o livro deixa uma mensagem, uma distopia, e traz semelhanças com qualquer Estado repressivo que viria a surgir pelo mundo, com o Brasil não é diferente.
 
No jogo os alunos terão um papel importante à interpretar, eles serão alunos. E nessa aventura a construção de personagens seguirá alguns estereótipos pré construídos, como o "parentesco com exilado", "Membro de Movimento Estudantil" e por aí em diante. Que se descobrem vivenciando uma iniciativa da repressão, um seqüestro de um professor que falava mais que a boca e não escondia seus ideais, esse é o desfecho para a aventura apresentar vários conceitos desse período.

Fiz aqui uma despretensiosa explicação do meu trabalho, em busca claro de idéias e opiniões, principalmente se você já pensou no RPG ligado a educação. A aventura ainda está e construção e no fim, teremos um sistema de jogo para cenários de repressão, que poderá ser Historicamente fiel, ou se basear em qualquer outra obra ficcional, como em 1984.

 Hasta La Vista.
DruidaAlexandre Schwarzenegger é Rpgista desde 98, aficionado por fantasia medieval old school e da nova e toda estilizada também, está cursando História e pretende ser um pesquisador na área de educação com o RPG, atualmente fazendo sua monografia e criando seu cenário medieval.

Um comentário:

  1. Sempre pensei em como seria um jogo baseado na ditadura militar brasileira, e acho que você está no caminho certo. A inspiração em 1984 é um bom começo.

    ResponderExcluir

Seja um comentarista, mas não um troll! Comentários com palavrões ou linguagem depreciativa serão deletados.