segunda-feira, 19 de julho de 2010

Blogs e Blogueiros: O cancioneiro de Astreya - Liége Báccaro


Caros peregrinos, na seção Blogs e Blogueiros desta semana temos uma participação mais do que especial: Liége Báccaro, do excelente blog o Cancioneiro de Astreya. Confira a empolgante entrevista com essa paranaense de Londrina.


Obrigado Astreya por conceder esta entrevista a este Clérigo. Em primeiro lugar, qual seu nome verdadeiro?

Meu nome verdadeiro é Liége Báccaro! Mas muitas vezes sou chamada de Lígia, Liégene, Lídia, Lidiene, e o pessoal de banco e telemarketing já ligou em casa pedindo o “Senhor Liége Báccaro”. Brincadeiras (verdadeiras) a parte, sei que é um nome diferente e alguns amigos costumam me chamar apenas de Li.
  
Telemarketing é fogo... Bom, eu sou um seguidor de seu blog e aprecio muito os contos que você publica lá. Eles parecem ter saído direto da mesa de jogo para o blog. Seus contos são baseados em aventuras que você e seu grupo jogam?

Sim, os que publicamos no blog sim, e devo dizer que são bem fiéis, na medida do possível. As crônicas de Elgalor na verdade são escritas por Odin, do blog Halls of Valhalla RPG (eu falei isso nas primeiras vezes que publiquei mas acho que não ficou muito claro), que é o mestre dessa nossa aventura. Estamos jogando a campanha da qual a Astreya faz parte há mais de 1 ano e meio, e foi uma experiência tão legal que acabei convencendo Odin a escrever o que aconteceu e disse que eu faria um blog apenas para publicar os contos e falar sobre música, uma de minhas grandes paixões, em parceria com o blog dele. Assim nasceu o Cancioneiro, na verdade. Daí eu comecei a escrever o diário da Astreya e alguns contos que estão na seção “Relatos” do blog. 

Quando tempo, em média, você leva para concluir seus contos? Além de contos você costuma escrever outras coisas?

Eu levo geralmente cerca de 1 ou 2 horas para concluir o que eu escrevo, e Odin também leva esse tempo, mas dependendo do tamanho do conto pode demorar mais...

Escrevo outras coisas sim, como crônicas relacionadas a outros assuntos que não o RPG e histórias fantásticas, e estou escrevendo um livro desde o meus 15 anos (tenho 22) que está inacabado, e claro que a parte que tinha escrito tive que reescrever, porque as ideias que tinha aos quinze eram bem mais nebulosas, pouco amadurecidas... o tema é fantasia medieval, porque desde bem nova meu sonho era escrever sobre isso. Quem sabe um dia eu consiga termina-lo! 

Com certeza eu vou comprar o livro quando for lançado. Pelo título do seu blog (a propósito, cancioneiro é o livro de canções de um bardo ou de uma barda, não o nome do personagem) imagino que seu tipo personagem favorito seja o bardo. Você joga com outros personagens de vez em quando?

Sim, é claro! Gosto bastante de jogar com clérigas, ladinas e rangers. Tirando o paladino, o mago e o monge, já joguei com todas as classes básicas do D&D, mas realmente o bardo é minha classe favorita, porque amo música e amo ouvir e contar histórias, então se encaixa bem com aquilo que eu gosto e isso me possibilita mais diversão.

Falando nisso, que tipo de música você gosta e quais suas bandas favoritas?

Nossa, eu gosto de uma infinidade de tipos de música, mas o que eu mais gosto mesmo é de música clássica e instrumental (antiga e contemporânea também), trilhas sonoras e heavy metal, principalmente em sua vertente mais melódica. Minhas bandas favoritas são, em primeiro lugar o Rhapsody of Fire, e depois, Blind Guardian, Manowar, Van Canto, Nightwish, Within Temptation, Hammerfall, não necessariamente nessa ordem mas mais dependendo da minha disposição no dia. 

Fora dessa vertente, que é a minha favorita, gosto bastante do Queen e gosto muito, muito mesmo de uma cantora chamada Loreena Mckennitt, que faz um trabalho muito interessante, de barda mesmo, e me inspirou bastante para compor a Astreya.  Se fosse citar tudo o que gosto, no entanto, acho que daria um página inteira!   
  
Uma pergunta para se pensar: por que ainda é tão baixo o número de mulheres adeptas do nosso hobbie?

Também sempre me faço a mesma pergunta, porque eu simplesmente adoro jogar RPG! Penso que talvez seja por falta de conhecimento, por medo de adentrar em um universo que é predominantemente masculino, ou até por preconceito. Já ouvi amigas falarem que “isso é coisa de menino”, assim como o vídeo game, por exemplo, e eu geralmente fico sendo uma figura solitária na mesa, poucas vezes temos outra menina no jogo. 

Uma coisa que ouço muitas meninas falarem, também, é que preferem, por exemplo, jogar em sistemas como o storyteller porque eles se focam em interpretação, em angústias e conflitos dos personagens, e não em combates, combates e mais combates (palavras delas, ok, eu não penso bem assim...). 

Talvez essa dificuldade em conciliar as preferências ou mesmo estilos de jogo e interpretação de homens e mulheres sejam um empecilho para elas gostarem mais do RPG, mas no grupo do qual participo conseguimos equilibrar bem isso, e temos de tudo um pouco, o que torna as aventuras bem ricas (a meu ver). Claro que ajuda o fato de sermos muito amigos e eles sempre terem me respeitado bastante.

Falando em interpretação e combate, quais elementos tornam uma aventura bem sucedida?

O que eu mais aprecio em uma aventura é quando há bastante foco nos personagens, quando o mestre os envolve na história. Não é necessário que o mundo gire em torno deles, mas gosto quando cada coisa que fazemos tem um significado, vai repercutir na história, vai ter conseqüências. Quando isso acontece, me sinto muito motivada a interpretar, a fazer os combates, porque sei que tudo tem um porquê - claro que situações e combates mais “aleatórios”, os “sidequests” são bem vindos, dão uma naturalidade ao jogo. Acho que isso se torna mais fácil quando há um bom entrosamento entre o mestre e jogadores. 

Assim, faz diferença a Astreya, ou o Oyama e o Aramil estarem ali, e não simplesmente uma barda, um monge ou um mago, porque eles têm uma história, um propósito dentro da trama, e praticamente não podem ser substituídos. E para mim, eu estar empolgada e envolvida com a personagem é o mais divertido. Gosto desse tom mais épico, mesmo que ele seja bem mais fantasioso. E meu lado mais "menina de ser" gosta bastante de um pouco de romance na aventura... mas daí é preferência pessoal.  

Você só joga ou também mestra? Qual você prefere?

Eu mestrei uma vez, há um bom tempo atrás. Foi terrível! Consegui criar uma história bacana, mas lidar com todos os personagens, planejar os combates, tentar fazer as coisas se encaixarem e lidar com os imprevistos foi uma tarefa extremamente trabalhosa (ainda mais para mim, que não sou a pessoa mais objetiva e prática do mundo). Então, não gostei da experiência, mas hoje entendo mais de RPG e do sistema que usamos (D&D), então talvez se tentasse repetir a experiência, eu conseguisse mestrar uma campanha legal. Mas, definitivamente, eu prefiro jogar. Adoro jogar. Adoro descobrir o que o mestre preparou para cada personagem, o que vai acontecer, adoro me sentir parte de um enredo que para mim é desconhecido. Mas admiro demais quem mestra, porque não é tarefa fácil. É quase como preparar uma aula e ministra-la, só que é bem mais difícil, na minha opinião (sou professora).

Você é professora de quê?

De português e inglês... Sempre gostei de mexer com línguas, com escrita, então fiz Letras e me tornei professora!  

Olha só... eu também fiz letras e sou professor de inglês. Bom, pra finalizar, teria algo a acrescentar?

Sim. Eu escrevi demais da conta! Mas parabéns pelo blog, por essa iniciativa, e continuem firme, gente como vocês é que nos faz convencer os outros de que RPG não é só “coisa de maluco”! E muito obrigada pelo convite, foi um prazer participar! Abraços!
o ClérigoSo long and thanks for all the fish!

16 comentários:

  1. Olá amigo clérigo, ficou muito bacana a entrevista, obrigada! Foi realmente um prazer responder as perguntas, e espero ver muitas outras entrevistas de nossos colegas blogueiros por aqui! Abraços!

    ResponderExcluir
  2. Muito obrigado pelo comentário, Astreya. Pra mim também foi um prazer fazer a entrevista. Devo dizer que não fiz nem metade das perguntas que queria, mas você respondeu até o que não perguntei!
    Mais uma vez, obrigado e sucesso ao seu blog!

    ResponderExcluir
  3. Uma bela entrevista realmente. Parabéns a ti, lady Astreya, e a ti, sábio clérigo, por esta interessante iniciativa.

    ResponderExcluir
  4. Graças, poderoso Odin. Espero que logo possa também publicar uma entrevista contigo aqui em meu blog.

    ResponderExcluir
  5. Que iniciativa maravilhosa Clérigo! Sinceras parabenizações.
    Odim e Astreya são realmente amigos muito queridos, estou afastado (realmente muito afastado) mas quero retornar para junto deles o mais breve o possível.
    Saúde e sucesso ao Clérigo!
    Grande abraço.

    ResponderExcluir
  6. Todos nós esperamos ansiosamente pelo retorno de nosso amigo, que está deveras longe... Esperamos que o reencontro se dê assim que isso for possível!

    ResponderExcluir
  7. Carambolas, juro pelos deuses (incluindo aí Odin) que eu estava escutando The Magic of the Wizard's Dream do Rhapsody logo que que cliquei no link para ler a entrevista. E pior (ou melhor) a segunda música da minha lista de seleção que estava no WMP era Mordred Songs do Blind Guardian.

    Depois não houve mais coincidências, até porque se houvessem, eu ia começar a estranhar que algum tipo de magia estava pairando no ar.

    Òtimo gosto musical e ótima entrevista. Graças aos deuses sou casado com uma rpgista, então se um dia faltar grupo para mim, é só a minha patroa mestrar "Aventuras Fantásticas" para mim! =D

    Pessoal, vamos montar uma escola. Um professor de inglês, uma de português, e eu um futuro professor de história.

    Abraços pessoal.

    ResponderExcluir
  8. Falando em Heavy Metal, alguém já ouviu a nova música do Angra? Eu acabei de baixar do site deles mas não gostei muito... Pelo visto não sou old school só no RPG, mas na música tb, hehehe.

    Sobre a escola proposta pelo trapaceiro, poderíamos utilizar oficinas de RPG como atividades complementares!

    ResponderExcluir
  9. Ótima idéia, bravos amigos.

    Meu alter-ego mortal também é professor, e poderá contribuir um pouco com esta nobre contenda!

    ResponderExcluir
  10. Oyama Flagelo das Feras21 de julho de 2010 às 00:15

    Que maravilha!! ótima iniciativa amigo clérigo, e parabéns Astreya pela excelente entrevista.
    caramba, será que existe alguma ligação entre a arte de lecionar e o prazer de jogar RPG, haha estamos todos entre professores aqui, em breve serei professor de Fisiologia do Exercício, assim todos que jogarem comigo ganharão bônus de ataque e dano, hahahahahah.

    ResponderExcluir
  11. Não esqueçam que eu sou professor de desenho! Hahaha!
    Daqui há pouco surgirá um complexo educacional completo!

    ResponderExcluir
  12. Amigos! Realmente podemos montar uma escola juntos, hahaha! Não sei se há relação entre a arte de jogar RPG e lecionar, mas com certeza todo mestre tem um quê de professor...

    ResponderExcluir
  13. [Flame Mode On]Isso só serve para mostrar que os Rpgistas não são delinquentes, como a mídia costuma mostrar.[Flame Mode Off]

    Abraços galera.

    ResponderExcluir
  14. O mestre de RPG é a evolução do professor (puxa, ficou meio pokemon isso)

    ResponderExcluir
  15. Parabéns pela iniciativa, Clérigo!! Foi uma bela entrevista esta, amiga Astreya!!

    ResponderExcluir

Seja um comentarista, mas não um troll! Comentários com palavrões ou linguagem depreciativa serão deletados.