sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Blogs e Blogueiros: Encaitar Herenvarno - Jaime Andrade

Olá caríssimos leitoresI Essa semana temos um convidado muito criativo na sessão Blogs e Blogueiros: Jaime Andrade, do Encaitar Herenvarno, um excelente blog que publica conteúdo de primeira.
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Caro Encaitar, seja bem vindo ao blog do Clérigo! Como já virou costume, eu e os leitores queremos saber um pouco sobre você: qual seu nome verdadeiro, o que faz da vida, qual sua idade, onde mora...
É uma honra estar aqui nobre Clérigo. Meu nome é Jaime Andrade, tenho 18 anos atualmente e resido em SC, no Vale do Itajaí (prefiro não dizer o local exato, perdoem-me). Bom, minha vida neste momento se resume a estudar qualquer assunto que me seja interessante por conta própria (principalmente idiomas), desenhar e escrever coisas diversas, além de ser um viciado em música (de preferência o bom e velho old school rock and roll).

Bom saber que você desenha! Na verdade vi que você até tem um perfil no Devianart. Você fez ou faz algum curso, ou aprendeu por conta própria?
Tentei por duas vezes fazer um curso de desenho, e aprendi toda a minha base lá (o professor Daniel tem meu eterno agradecimento, com certeza XD), mas permaneci no curso por apenas dois meses. O resto eu aprendi sozinho mesmo, apenas colocando em prática as bases aprendidas no curso.

E com relação ao seu gosto musical, quais são as bandas que você gosta de ouvir?
Como eu já disse, meu estilo preferido é o rock antigo, mas gosto também de metal, música clássica e qualquer outra coisa que me agrade. As bandas preferidas são com toda a certeza Metallica e Nirvana, mas sem deixar de lado outros como AC/DC, Beatles, Billy Idol, Die Toten Hosen, Iron Maiden, Killswitch Engage, Kiss, Korn, Mötley Crüe, Queen, Rammstein, Ramones, Raul Seixas, Slipknot e (muitos) outros. Melhor parar por aqui, porque a lista é imensa XD

E como entrou em contato com o RPG?
Uns 5 ou 6 anos atrás (não lembro direito...) eu estava a fazer um curso de desenho mangá e por causa da pergunta de um outro aluno sobre o porquê de o professor sempre carregar montes de dados no penal, o então professor apresentou à turma um jogo esquisito parecido com teatro e videogame ao mesmo tempo. Foi aí que conheci o 3D&T.

Depois eu e o grupo formado com alguns amigos migramos para um curto período no AD&D (o qual jamais conseguimos entender as regras completamente) e logo me juntei a outro grupo que jogava D20 (o qual eu, pessoalmente, ainda não me dou bem com as regras). Bom, a minha experiência como jogador é bem curta se comparada a muitos outros, mas em compensação acho que fui um dos poucos jogadores do(s) grupo(s) que leu completamente todos os livros que eram adquiridos pela gente. Foi dessa extensa leitura RPGística que peguei gosto pelo desenvolvimento de novas idéias, criaturas e mundos.

Bom, você falou que não se deu bem com as regras de AD&D e nem com as de D20. Na sua opinião, qual o papel que as regras devem desempenhar em um jogo de RPG?
Eu penso que um jogo não deve ter regras detalhadas demais por 2 motivos. O primeiro é que um jogador (a não ser que seja bem estrategista e goste muito de ler o manual básico) nunca conseguirá entender todas as regras daquele jogo. Sempre vai encontrar uma ou outra regra obscura e vai acabar tentando inserir ela na mesa de jogo sendo que o jogo sempre funcionou sem ela.

Depois, um iniciante vendo um tomo de no mínimo 200 páginas na frente dele vai com certeza se sentir intimidado e vai até pensar se vale a pena jogar aquele jogo. Então o papel que as regras devem desempenhar, na minha opinião, é só de apoio, sendo úteis mas não absolutamente necessárias. Afinal uma mesma aventura pode ser narrada em 10 sistemas diferentes sem alterar nada do conteúdo, mudando apenas o conjunto de regras utilizadas... Bom, só minha opinião, já que eu comecei no antigo 3D&T que é (era) um sistema simples e nunca me deixou na mão.

Atualmente você tem um grupo de jogo?
Não jogo RPG oficialmente há uns dois anos. De lá pra cá eventualmente me reúno com novatos ao hobby como mestre, mas sempre acabo desastrando a aventura completamente (péssimo mestre XD). Gosto mesmo é de ler e escrever RPG. Jogar/mestrar não é bem o meu forte.

Já experimentou jogar online, quero dizer, em uma mesa online?
Nunca tive a oportunidade de jogar numa mesa online, mas penso que a experiência deve ser estupenda (ainda mais porque adoro escrever). No começo deste ano alguns amigos me convidaram para jogar pelo RRPG Firecast, mas depois disso ninguém mais tocou no assunto e eu acabei me esquecendo (e lembrando agora). Quando eu tiver algum pingo de vontade vou tentar entrar numa mesa online só pra desenferrujar...

Qual sistema ou cenário você gostaria de ver traduzido pelas grandes editoras?
São tantos... Pathfinder, Arcana Evolved, Eberron, Ptolus, Dragonmech, Midnight... Mas os que realmente quero ler (é, ler, o jogar está difícil no momento...) são Dragonmech e Arcana Evolved. De qualquer forma, o que traduzirem está bom, só não gosto da 4ª edição de D&D (tanto que não fiz nem questão de folhear quando vi na livraria); a 3.5 dá conta de suprir aventuras por décadas, até séculos, de tanto material que tem.



Eu tenho seguido o seu blog desde o início, há três meses, e fico impressionado com sua criatividade. A série de posts sobre a classe Pintores Místicos ficou incrível na minha opinião. Como veio a inspiração para criar essa classe?
Essa classe veio não sei dizer exatamente de onde, pois sempre imaginei personagens que desenham coisas numa folha de papel e elas tomam forma, até que de fato vi um desses no anime Inu Yasha.

Outro ponto que impulsionou bastante essa classe foi um sistema que eu estava tentando criar para o (projeto de) cenário que venho desenvolvendo, que teria um possível atributo medidor de habilidade artística (é estranho, mas considero as artes muito importantes nesse mundo). Como o meu sistema ia por água abaixo a cada regra que eu inventava ou tirava, resolvi adotar o Mighty Blade (que conheci aqui mesmo pelo teu blog XD) como oficial.

Achei muito interessante e original essa idéia de um medidor de habilidade artística. Já pensou em criar uma regra opcional para isso no Mighty Blade? E, além do pintor místico, de que outra maneira a arte é tão importante no cenário que está criando?
Até pensei, mas vai dar um trabalhão mexer num sistema que já é completo, por isso nem comecei ainda... qualquer hora eu dou um jeito.

Bom, esse mundo, Kiretnaa, é totalmente caótico e eu acho que o caos tem tudo a ver com a arte. Pra começar, na cosmologia do mundo (podem mandar as bombas XD), vagamente puxada da Terra-Média, a realidade é sustentada por um guitarrista que passa a eternidade tocando uma música (de rock, provavelmente, hehe).

Há também vários outros fatos estranhos relacionados às artes, como algumas outras classes que planejo postar no futuro, uma que emprega um tipo de dança como combate (quem pensou em capoeira levanta a mão \o), outra um tipo de feiticeiro que tem o poder derivado das rimas, uma classe para lendas do rock, entre outras (bom, minha mente é bem infantil mesmo, eu coloco tudo o que eu gosto no meu cenário ^^). O próprio mundo já possui efeitos estranhos relacionados à arte, como notas musicais que tomam forma sozinhas, imagens loucas para sair de quadros, estátuas que às vezes somem e voltam algum tempo depois...

Sei que essas idéias são revolucionárias e algumas até mesmo opostas demais a um cenário de RPG envolvendo os velhos guerreiros e magos (e clérigos e ladinos) de sempre, mas eu espero criar uma coisa totalmente nova com idéias estranhas e nem tão novas assim.

Você mencionou o anime Inu Yasha, e também me enviou uma imagem bem oriental (yin-yang) para ilustrar o post. Há um gosto particular por coisas orientais, ou é impressão minha?
Com certeza! Lembro de assistir o Band Kids quando pequeno e foi de lá que comecei a me interessar primeiro por animes, mais tarde pela cultura japonesa e chinesa. O oriente é um local impregnado de lendas tão interessantes quanto muitas das tradicionais européias, como por exemplo as histórias de Hou Yi, o arqueiro celeste que matou 9 dos 10 sóis que os chineses acreditavam iluminar a Terra antigamente. E ainda podemos lembrar do valor histórico e cultural deles presente nas tradições budistas, hinduístas, taoístas, etc. e também em vários pontos da sociedade ocidental, como animes, artes marciais (Tae Kwon Do, Judô, Kung Fu) e até na economia (os chineses que o digam...). Definitivamente adoro as culturas orientais.

Que outros animês você gosta ou acompanha?
Não poderia deixar de mencionar o Dragon Ball Z aqui, que já devo ter assistido umas 5 vezes e mesmo não sendo o melhor em termos de roteiro ou gráfico (é, eu reconheço isso), será sempre o melhor anime de todos os tempos. Gosto muito também de Busou Renkin (um ótimo anime sobre alquimia, recomendo a quem não conhece), Digimon (o qual estou a assistir a saga Tamers atualmente), Fullmetal Alchemist, Inu Yasha e Elfen Lied. Há uma dúzia de outros dos quais não me lembro no momento.

Kiretnaa tem alguma influência oriental?
Tem, mas não apenas oriental. Muito do que tem lá são conceitos que eu tiro de alguns jogos de videogame (quem já jogou Breath of Fire vai encontrar muitas referências, isso eu garanto) enquanto outras coisas vêm de algumas culturas germânicas (como os nomes das coisas, soando meio alemão ou então a árvore do centro do mundo semelhante à Yggdrasil nórdica, que logo vou postar por lá) e outras diversas, além de não ser um cenário tipicamente "medieval." Há um nível de tecnologia bem avançado, com trens e dirigíveis, e ainda assim a espada e a magia continuarão lá, como sempre (pra mim RPG sem isso não é RPG). É uma mistura estranha, bem diferente, torço pra que não seja tempo perdido ^^

Você pretende reunir o material sobre seu cenário em um ebook?
Sim, com certeza. Eu pretendo primeiro dar as informações básicas sobre o mundo de Kiretnaa no meu blog e depois fazer uma pequena série, começando por descrever as raças e criaturas mais importantes de Kiretnaa; assim o material não será inútil, já que mestres e jogadores sempre querem monstros e raças novas para seu jogo. Depois, com as espécies já definidas fica mais fácil de descrever o cenário em si (já que tem muita coisa que eu nem criei ainda...), como as paisagens, reinos, itens, classes, etc.

Bom, acho que é isso Encaitar. A entrevista foi ótima, muito obrigado!
Queria agradecer à oportunidade de entrevista que me foi dada e pedir aos fiéis do blog do Clérigo para que, mesmo que alguns possam estar receosos, dar uma chance a Kiretnaa quando ele sair da gaveta de projetos. É isso então, até!
o ClérigoSo long and thanks for all the fish!

9 comentários:

  1. Interessante. Não conhecia o blog dele, mas parece ser muito interessante. Vou dar uma passada lá.

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  2. Legal essa sessão de entrevistas, parabéns Clerigo!

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  3. Eu particularmente acho um excelente blog, com material muito original e criativo. Como não sou muito ligado em regras, busco algumas idéias lá para minhas aventuras.

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  4. Adorei a sessão de entrevistas!
    E eu vou dar uma olhadinha no blog dele sim, ideias novas e diferentes para campanhas nunca são demais, certo?
    Beijinhos!

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  5. Muito bom mesmo... Parabéns Clérigo e Encaitar!

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  6. Muito bom! Sem contar que ainda conseguiu criar o mais impronunciável nome não-nórdico/germânico que eu já vi na vida! Hehehehe! Parabéns, pessoal.

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  7. Realmente uma excelente entrevista! Vou fazer uma visita já a este espaço...

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  8. Oi Clérigo, quando tiverdes um tempo, poderias colocar o meu banner (novo e oficial agora! :D) na lista de parceiros? Valeu.

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  9. Beleza, Encaitar! Manda o código pro meu email!

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