sábado, 19 de fevereiro de 2011

Diários de Campanha: Mesa do Professor em Férias II


Buenas, gurizada! Continuando os diários da campanha de férias, hoje daremos uma olhada nas duas últimas sessões. Na terceira sessão, veremos o desfecho da aventura sobre o clérigo necromante azarado e o início da aventura "Nossa Carne", que já comentei no post sobre aventuras instantâneas essa semana.
____________________________________________________________

Infelizmente, as férias estão acabando e é hora de voltar ao batente... com isso, certamente haverão mudanças na campanha, já que alguns jogadores não terão tempo para prosseguir e outros retornarão de suas férias. Além disso, só temos tempo para um encontro semanal, dedicado a nossa campanha regular de D&D 3.0 (sim, 3.ZERO) em Forgotten. Assim sendo, acabaremos a aventura "Nossa Carne" e guardaremos as fichas para as férias desse fim de ano!
Como vimos, na última sessão, o grupo perseguiu dois vultos pela noite, enfrentou um deles enquanto o outro fugiu para dentro de um templo. Paramos diante desse local, com o clérigo necromante morto a cajadadas por Gwarkaenon. Ergo Teeh, o bárbaro, roubou o mangual mágico do inimigo (+2, capaz de paralisar os inimigos em caso de acerto crítico ou o próprio usuário em caso de erro crítico) e adentramos no templo.
A masmorra não era complicada: encontramos alguns esqueletos que, por incrível que pareça, demoraram mais para cair do que o clérigo maligno... às vezes, os dados não ajudam... após resolver um enigma bem simples (Lakrimas, o mago maligno, havia ganhado uma adaga estranha e a encaixou em uma estátua no subsolo do templo), passamos por um corredor e o bárbaro acionou uma armadilha, conseguindo escapar por pouco. Detalhe interessante: eu, como ladrão, queria ir indo na frente, como batedor, mas Ergo sempre ficava por perto. Decidi mostrar-lhe o que dá não deixar o ladrão ir na frente... hehehe! Como Cão Negro, meu ladrão, não sabia como desarmar a armadilha, lançamos o corpo de um carniçal morto pelo caminho. Ergo aproveitou para encher seu frasco de óleo vazio com o sangue do carniçal.
Após um corredor, encontramos um halfling tentando fugir por uma corda que levava a um alçapão no teto. Cão Negro, Ergo e Gwarkaenon foram na frente, tentando detê-lo, e foram atacados. Lakrimas e Eriath, o clérigo, ficaram mais para trás por terem rolado uma iniciativa baixa. Primeiro turno, atacamos o maldito. Cão Negro com seu arco, Ergo Teeh com sua espada bastarda. Então, nosso "mago do sono" lançou sono, derrubando não só o inimigo como todo o resto do grupo, deixando apenas Cão Negro (afinal, ele é um ladrão elfo) e ele próprio acordados.
Confiante que um ataque pelas costas mataria o desgraçado, aproximei-me com o sabre e ataquei. Mas, os dados não foram com minha cara: tirei alguns PVS, mas também acordei o desgraçado... na terceira rodada, enquanto Gwarkaenon atacava o maldito, corri pela sala acordando Ergo e me dirigindo para acordar os outros. A luta prosseguiu sem muito glamour, mas o ladrãozinho nanico parecia de aço! Me pergunto quantos PVs o desgraçado tinha... por fim, Ergo lançou o frasco com o sangue do carniçal: Odair, o Jogador que controla o bárbaro, lançou o dado e... 20! O halfling não só estava ferido, como cegado por algum tempo! Aproveitando a situação, Cão Negro subiu na corda e lançou-se contra o inimigo, num legítimo golpe de luta livre! Mais PVs arrancados, mas um contragolpe poderoso que deixou o ladrão caído, com -1 PV...
Finalmente, o maldito foi morto. Eriath curou o ladrão e o grupo voltou para a cidade. Uma vez lá, Cão Negro desapareceu, até hoje não se sabe o motivo... o restante dos aventureiros recebeu seu pagamento: 300 POs e uma arma mágica cada um (Maurício é um Mestre bonzinho, às vezes). Essa foi a terceira sessão e a última de Maurício como Mestre nessa mini-campanha. Como as férias do rapaz acabaram e ele ainda precisava acabar o site da escola onde trabalho, não havia tempo para bolar aventuras. Claro, ele ainda não tinha lido os posts sobre aventuras instantâneas! Hehehe! Enfim, reassumi o clássico posto de Mestre do grupo.
A quarta sessão não foi marcada só pela mudança de Mestre, mas, também, pela mudança de sistema. Gilvonei (o Jogador que interpreta Gwarkaenon) e Odair (que interpreta Ergo) entrariam para nosso grupo regular, assim, pensamos em apresentá-los às regras do d20. Escolhemos o Pathfinder, principalmente para testarmos o sistema: já havíamos jogado a versão beta, mas a Paizo modificou algumas coisas para deixar o sistema redondinho. Pretendo escrever uma resenha em breve, dando a opinião do grupo sobre ele.

Pathfinder: sistema perfeito para quem quer novidades sem aderir à 4ª edição.

Assim, Ergo virou um bárbaro mesmo, Gwarkaenon virou um feiticeiro, Eriath continuou um clérigo e Lakrimas continuou um mago. Com Cão Negro sumido, Maurício criou "Régulus, o Lorde Mestiço", um ladino meio-elfo. Dois dias passaram-se desde a descoberta dos ladrões de itens mágicos, embora um deles tenha escapado. Enquanto bebiam na "Taverna do Fogo Vermelho", o grupo presenciou uma estranha morte: De Bracy, um famoso e bem-sucedido joalheiro local, caiu, retorcendo-se no chão, gritando e segurando a cabeça, desesperado. Quando os espasmos pararam, um dos clientes aproximou-se e constatou a morte de De Bracy. Os aventureiros aproximaram-se e notaram que havia sangue escorrendo dos ouvidos, narinas e olhos do ricaço.
Saíndo da taverna e indo para casa, pensando no ocorrido, nossos aventureiros foram surpreendidos por um grupo de dez assaltantes, interessados nas armas mágicas recebidas como recompensa pela missão anterior. Obviamente, o grupo reagiu: na primeira rodada, três inimigos foram vencidos, mas Lakrimas levou um disparo de uma besta, sofrendo um crítico e caíndo com -2 PVs. A luta serviu, principalmente, para explicarmos as mecânicas de combate d0 D20. Após algumas explicações sobre ataques de oportunidade e iniciatica, tudo foi tranquilo. Ladrões vencidos, Eriath correu até o mago, no momento com -5 PVs, enquanto os outros recolhiam os espólios, montavam uma pilha e queimavam os corpos (no meio da cidade, vejam bem...). Entre moedas e armas comuns, o grupo encontrou uma bela luva de seda, cravejada de pedras preciosas. Intrigado, Gwarkaenon guardou-a consigo.

A luva cravejada: seria De Bracy um fã de Michael Jackson?

Na manhã seguinte, boatos sobre assassinato, sobre uma praga e até mesmo magia necromante pipocavam pela cidade. Interessados pela morte de De Bracy, os aventureiros começaram as investigações. Descobriram que a luva encontrada com os ladrões pertencia ao falecido. Descobriram, também, que as pedras haviam sido lapidadas por Santrin, um velho louco que morava próximo da ponte da cidade, e que De Bracy era um mulherengo e viciado em jogos. Na visita feita a Santrin, perceberam porque ele era conhecido como louco: o lapidador apenas dizia as seguintes frases: "Sete eram o bando, quatro se perderam, três esqueceram", "a luz dos perversos se apagará", "comereis de minha carne e eu voltarei para vingar-me".
Durante a próxima noite, mais uma morte ocorreu: Gurth, o meio-orc capitão da esquadra que defende Calaunt havia sido encontrado morto dentro de seu navio. Com autorização de Halabankh, um dos Conselheiros locais, o grupo visitou o barco, sendo guiados por Alascartha, também uma Conselheira. Em busca de respostas, Gwarkaenon foi até Tanshiver, o Bardo, perguntando o que Gurth e De Bracy poderiam ter em comum. Tanshiver estranhou a pergunta e disse-lhe que, no máximo, o conforto financeiro. Curioso, o feiticeiro pediu se o bardo poderia lhe fazer uma lista dos ricaços da cidade. Lista em mãos, os aventureiro dividiram-se: Gwarkaenon foi visitar Cédric, o ferreiro; Régulus foi até Wamba, o mais rico mercador; Ergo foi vigiar Santrin, o principal suspeito; Eriath visitou Miramar, dono da estalagem "Cabeça do Dracolisco", a mais fina da cidade. Lakrimas, por sua vez, foi assistir a um culto em louvor a Loviatar, na "Casa dos Ganchos Escarlate", sendo efetivamente batizado na religião.

A adorada deusa de Lakrimas

O feiticeiro foi recebido grosseiramente pelo ferreiro, que disse não ter nada a ver com o assunto. O ladino, tentando bisbilhotar a vida de Wamba, acabou sendo confundido com um criminoso pelo assustado mercador, que o atacou com uma besta pesada e gritou por socorro. Por sorte, Régulus conseguiu esconder-se em um beco e evitou as explicações que teria que dar. O bárbaro seguiu Santrin até a ponte, lugar que descobriu ser o "quarto" do homem louco. Sem mais o que fazer, Ergo dormiu ali mesmo, entre uns trapos oferecidos pelo louco que voltou a repetir suas clássicas frases. O clérigo foi bem recebido pelo taverneiro, mas este pareceu pouco preocupado e capaz de cuidar de si mesmo. Por fim, o mago recebeu belas chicotadas em suas costas, assistiu a tortura de algumas jovens e voltou para casa satisfeito...
Na volta para casa, o grupo encontrou um estranho bilhete: "Quem era o inimigo? Não confie em ninguém. Até breve". Curiosos, continuaram suas investigações, tendo sido chamados até o rio. A seca dos últimos dias havia baixado o nível das águas e dezenas de ossos foram encontrados nos bancos de areia. Chegando ao local, o grupo encontrou Alascartha e, junto com ela, foram até os ossos. Ela parecia preocupada quano, subitamente, caiu sobre a lama, gritando, tremendo com terríveis espasmos. Aproximando-se, Lakrimas soltou a sentença: "está morta, do mesmo modo que os outros"...
O que acontecerá? Não percam o próximo episódio de "Nossa Carne"! Hehehe! Era isso por hoje, galera. Semana que vem, conto sobre a quinta sessão, enquanto tentamos encontrar um horário para acabar essa mini-campanha. Um abraço e até quarta!
Prof. AlessandroAlessandro é professor de Inglês, Espanhol, Português, Religião e Literatura devido à profissão. Cineasta, cientista, astrônomo (não astrólogo...), artista plástico, ator, músico, linguista, poliglota, crítico e escritor devido à paixão. Leitor, RPGista, nerd, cinéfilo, enólogo e ocultista devido à diversão. Maníaco por cultura devido a algum mal genético. Ah, e chato, por pura força de vontade.

5 comentários:

  1. Parece boa essa campanha, professor. Mas não entendi essa de usar o Pathfinder para introduzir as regras do d20... qual sistema vcs tavam usando antes?

    ResponderExcluir
  2. Usávamos o Old Dragon, mas me refiro aos talentos, perícias, pequenas mudanças no combate, não no sistema como um todo. Iríamos jogar no 3.0, mas resolvemos ver como as mudanças do Pathfinder ficaram na mesa.

    ResponderExcluir
  3. Obrigado, fessor! E agora fiquei ansioso pela resenha de Pathfinder.

    ResponderExcluir
  4. Pathfinder é muito bom, legal a campanha prof.

    ResponderExcluir
  5. Claro, claro. Creio que sábado que vem, ao invés de postar a campanha (afinal, não jogaremos por enquanto, até conseguir acertar os horários), postarei a resenha.
    Clérigo, me envie por e-mail qual o melhor dia para postar o post sobre RPG e educação?
    Obrigado pelos comentários!

    ResponderExcluir

Seja um comentarista, mas não um troll! Comentários com palavrões ou linguagem depreciativa serão deletados.