quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Prontuário: Dissecando o WoD

 
HÁA! Que bom revê-los meus queridos pacientes, aconcheguem-se e vamos para mais uma consulta que vai lhes ajudar na compreensão das artes ocultas do WoD.

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Prontuário: Dissecando o WoD ( II ato Vivo ou Morto)

Como são belos os contrastes entre o velho e o novo, pois ambos são únicos, o velho com todo seu tradicionalismo e o novo, que nos surpreende e diria até que nos guia para novas fronteiras.

Tal reflexão foi somente para ilustrar as características que encontramos nas edições dos livros do WoD. Essa “reformulação” que tal universo sofreu foi, digamos, mal vista pelos jogadores e narradores mais tradicionalistas. É compreensível, pois o novo (quase sempre) nunca é bem vindo.


Vamos fazer uma incisão no velho corpo do WoD para descobrir a sua “causa mortis”. Se você é um grande apreciador das ideias de Mark Rein, suponho que deve ter notado uma grande diferença nas edições posteriores à primeira, pois percebam que muitos conceitos de Mark foram distorcidos, ampliaram os clãs que os jogadores poderiam ter acesso e a origem dos vampiros foi explicada com detalhes, diria até bem absurdos.

Esse fluxo de informações sobre os vampiros proporcionou grandes lucros para a White Wolf, mas mesmo assim Mark saiu do projeto. Por quê? Vejam bem, o que torna o cenário do WoD atrativo, são as incertezas, a dúvida que perturba seu descanso, essa tensão que fustiga sua mente e o impede de arriscar ou lhe toma a alma invocando seu irracional instinto que leva a insanidade.

O WoD sangrou até a ultima gota, os escritores mostravam todas as cartas ao público e consequentemente elas acabaram, mas veio a Gehenna e deu um fim a toda essa loucura que havia se tornado o cenário.


E agora? O que vamos fazer com o WoD? Acabaram as cartas, não temos como jogar.

Veio à reformulação. Mas dessa vez priorizaram as incertezas, revisaram as regras e a organização. Nascia o novo WoD.

Os novos livros possuem uma organização muito melhor, pois com o primeiro livro você já tem as regras e já pode jogar com humanos. Como os outros livros não trazem mais regras sobra espaço para mais descrições como a fisiologia e a cultura dos monstros. Fato que torna os livros muito mais completos e específicos, facilitando a vida dos narradores. Outra importante novidade é a passagem do Storyteller para Storytelling, a diferença é que esse novo enfatiza mais a interpretação de personagens em detrimento de jogadas de dados, possibilitando um desenvolvimento incrível de suas habilidades narrativas e de interpretação.

As regras não mudaram muito, os testes ainda são feitos com a fórmula: Atributo + Habilidade. Mas como a prioridade é a interpretação os testes só são necessários em situações extremas. Algumas das regras que antes eram opcionais agora se tornaram oficiais, (como a regra das especializações).

Em meu diagnóstico geral, posso afirmar que o novo WoD é muito bom, e espero que vocês venham a conhece-lo. Quero encerrar esse prontuário com um pequeno poema :

Nada é impossível de mudar

Bertold Brecht


Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.

E examinai, sobretudo, o que parece habitual.

Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.
Dr. NosferatuDr. Nosferatu é um medico RPleGista que foi abraçado há muito tempo. Adora revelar os mistérios sombrios do mundo das trevas e tem sempre muitas informações para trocar, quem sabe por favores: é voce quem decide!

5 comentários:

  1. BOOOAA Dr. Vou adquirir alguns livros do novo WoD.

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  2. Caro Dr Nosferatu, aparentemente falhei num teste de expulsão, pois tua presença ainda é sentida por aqui. Mas em fim, tuas palavras são deveras interessantes, pois eu até hoje indagava qual teria sido o motivo do decréscimo da popularidade de WoD, e tuas explicações são bem razoáveis.

    Mas lanço uma pergunta sobre algo que mencionaste: como o storytelling consegue ser ainda mais interpretativo que o storyteller??

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  3. Santo Clérigo, O Storytelling preza mais a participção dos jogadores (diferente do Storyteller), então ficamos com 50/50 (%). Muito da narrativa vai depender da história dos personagens e é claro da interpretação, em muitas ocasiões o jogador faz papel de narrador, pois ele pode dar vida aos npcs que tem contato direto com o seu personagem (rebanho,aliado etc). Nos testes, caso o jogador consiga um sucesso pleno, ele pode narrar a cena (o bom senso é indispensável).

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  4. Mas que coisa, esse Dr. Nosferatu é um sábio. Além de expert no Mundo das Trevas conhece também o dramaturgo Bertold Brecht.

    Tenho uma frase desse cara guardada na minha carteira que me ajudou bastante a levantar do chão e lutar contra alguns infortúnios da vida, saquem só:

    "Há homens que lutam um dia e são bons. Há outros que lutam um ano e são melhores. Há os que lutam muitos anos, e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida, esses são os imprescindíveis. "

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  5. Belo post Dr.Nosferatu!!!

    Bertold Brecht é ótimo,já li um poema dele e a frase citada pelo Trapaceiro.

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