terça-feira, 22 de março de 2011

Você Decide: A Opala de Zeph

 Iniciando nosso novo artigo, quero lhes contar a história de um ladrão que entrou em uma grande enrascada, lembrando que o final dessa história VOCÊ DECIDE!

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A Opala de Zeph:

Na calada da noite, Targos caminha a passos largos pelas escuras ruelas de Megala a cidade dos ladrões, o ar está carregado de umidade e do odor fétido do pecado, uma névoa se precipita ficando cada vez mais densa. Os sentidos do ladrão estão aguçados, mas seus pensamentos o levam para o dia em que ele realizou sua obra prima, pois à cerca de um mês, Targos e mais cinco companheiros invadiram o templo de Zeph (deus da beleza) para roubar a lendária joia que o próprio deus presenteou seus servos, uma opala do tamanho de um punho que faísca com o mínimo de luz. Foi um trabalho genial, depois de roubar a joia ele matou seus "amigos" e fugiu pelos esgotos, tudo planejado com antecedência, simplesmente perfeito. A opala seria sua ponte para uma vida tranquila e luxuriosa, como Targos sempre quis, mas o ladrão não contava com um fato, pois tarde demais ele descobriu que seu precioso tesouro estava imbuído de magia, uma força profana que fez todos os seus planos mudarem.

Targos não conseguiu resistir as tentações da civilização, jogou, bebeu, apostou, se deliciou nos lábios das ardentes concubinas mais caras e finalmente devia mais do que possuía, assinou dez cartas de crédito enchendo de promessas os ouvidos de seus credores. O ladrão estava devendo para as mais terríveis pessoas de Megala e tinha que fazer algo, decidiu fugir.


Agora ele se aproximava da muralha sul de Megala, local imundo e cheio de mendigos e leprosos, ideal para procurar um refúgio temporário. Targos sabia que havia uma casa abandonada bem ao lado de uma passagem para os túneis do esgoto e seu plano era invadir a casa, descansar e depois desaparecer nos esgotos que levavam para fora das muralhas. Quando o ladino se aproximava da casa caindo aos pedaços ele ouviu o som do aço sendo desembainhado, como um raio sacou suas adagas virou-se e as arremessou com toda força. Logo ouviu um gemido agudo em meio a neblina e ao se aproximar viu um homem caído ao chão, o tal usava um turbante vermelho que cobria o rosto e ainda segurava uma cimitarra de ferro na mão direita, mas para a sorte do ladrão, no peito do assassino estavam cravadas suas duas adagas.

O cão era membro da mão vermelha, uma guilda de assassinos do leste da cidade, Targos devia vinte moedas ao Kotik (lider). Vinte moedas era suficiente para se matar um homem, talvez dois, a vida humana em Megala era uma pechincha. O ladrão pegou suas adagas, limpou as laminas nas roupas do defunto e correu na direção de seu refúgio. Mesmo se algum de seus credores o encontrasse não conseguiriam a opala, pois Targos pensou em tudo, Janira uma prostituta que se apaixonou pelo ladrão é quem está com a joia e ela o espera dentro da velha casa.



Vagarosamente Targos abriu a porta e entrou, olhou ao redor procurando Janira, mas ela não estava lá, então ele caminhou até o centro da sala e ascendeu uma vela, quando o fogo iluminou a escuridão o ladrão sentiu algo agarrar sua perna, seu coração disparou a vela caiu no chão e ele por simples instinto sacou uma adaga afastando-se do local ao qual estava. De relance viu uma figura debaixo da mesa, então indagou: - É você Janira?
Em resposta ouviu um "sim" tremulo, e a mulher se levantou.

Depois de um longo abraço Janira sorriu e ansiosa perguntou: - Quando vamos partir meu amor? Targos guardou sua adaga e respondeu: - Assim que você me entregar a joia. Janira rapidamente enfiou suas delicadas mãos em meio aos volumosos seios e tirou de lá a brilhante pedra multicolorida. Os olhos do ladrão faiscaram e rapidamente em um gesto bruto ele pegou seu tesouro. Janira se sentia segura ao lado de Targos, mas odiava aquele brilho dos olhos negros do ladino, quando não era ela que causava.

Targos ainda admirava a pedra, logo depois de guarda-la percebeu a irritação latente na face da prostituta, com delicadeza ele a abraçou e enquanto a beijava no pescoço disse: - Não se preocupe meu amor, logo vamos estar longe daqui e eu vou lhe comprar as mais belas sedas para lhe fazer um vestido que vai  dar inveja as sacerdotisas de Zeph. As promessas de Targos mexiam com a imaginação de Janira e ela se esquecia do ciúme.

Os dois se beijaram e foram se deitar na palha úmida onde descansariam por algumas horas. Janira adormeceu, mas o ladrão não conseguia dormir, sua insônia era motivada pela dúvida instaurada em seus pensamentos, pois ele precisava de Janira para pagar sua passagem para fora de Megala, porque a porta que leva para a liberdade é guarnecida pelos Sekmeth, criaturas cruéis e nojentas que vivem nos esgotos da cidade, e os tais só negociam com moedas de carne. Targos conseguiu sobreviver todo esse tempo na cidade dos pecados porque endureceu sua alma, mas Janira tinha algo que ele não sabia explicar, mas que o fazia se sentir bem, ela era carinhosa e possuía um corpo escultural, era a mulher perfeita para ele.


As horas passaram e Targos não pregou o olho, Janira acordou, eles comeram alguns pedaços de pão e depois em meio a madrugada partiram descendo para os esgotos.
Seguindo um mapa que conseguiu de um de seus informantes, Targos e Janira avançavam lentamente em meio a água escura e pútrida que corria nas galerias. depois de muito andar eles chegaram ao fim de um túnel onde podiam ver a luz do dia raiando pelas barras de um grande portão circular, Targos pegou Janira pelo braço e apressou o passo, mas quando eles estavam a uns quatro metros da liberdade, uma criatura aterradora surgiu das sombras e colocou-se entre o portão e o casal dizendo: Se queressss passarrr tens ss que pagarrrr, humanooo. Targos ficou paralisado enquanto Janira tremia e tampava os olhos de medo, agora Targos devia tomar a decisão de sua vida.....Mas é você caro leitor que decide, então vamos lá, formule um final para essa história e poste ai nos comentários, mãos a obra!!

Por Red Dragon "O melhor final ganha um doce" 
Red DragonRed Dragon, um dragão que estranhamente joga RPG desde que saiu do ovo, adora tudo relacionado aos cenários de fantasia, mestre rodado em vários sistemas, fã incondicional de Tolkien. Mora em um vulcão onde tenta entender os seres humanos.

14 comentários:

  1. Eu acho que Targos deve entregar Janira e quando estiver o final do túnel,Kotik e alguns ladrões roubarem a pedra dele sem ele perceber.
    Targos chegando fora das muralhas percebe que está pobre e sem o amor de Janira.

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  2. A maldição de Targos seria que Janice nunca conseguiria amá-lo plenamente enquanto ele possuísse aquela pedra. Targos decide dar a pedra como pagamento a criatura pela passagem dos dois. A riqueza de um homem não está em seus bens materiais e sim em um sentimento verdadeiro. A riqueza se faz e desfaz como folhas ao vento. Essa seria sua maldição para o resto da vida.

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  3. Targos reuniu suas forças e perguntou à criatura (mesmo já sabendo a resposta):

    - E qual é o preço a se pagar?

    Com um macabro sorriso nos putrefatos lábios, o monstro balbuciou:

    - A carne, de um de vocês... e o outro poderá sair.

    Janira apertou o braço de Targos, e ele pôde sentir o coração da garota acelerar. A mente do ladino era um turbilhão de sentimentos e pensamentos contraditórios.

    Desejava viver e sair dali, ainda que tivesse de deixar Janira para trás. Mas sentia algo por ela, e este sentimento lhe dizia que não podia simplesmente entregá-la à criatura. Em meio ao inquietante dilema, ouviu a respiração ofegante de Janira e sentiu um aperto no coração.

    O monstro olhava para os dois com total imparcialidade, esperando pela decisão cruel que iriam tomar.

    - Eu vou lutar com ele - disse o ladrão.
    - Não! disse Janira, e Targos achou melhor obedecê-la. Não estava tão certo sobre sua coragem.

    A mulher olhou nos olhos do ladino e continuou:

    - Você é especial, Targos, eu quase desejei ficar com você por toda minha vida...
    - Eu te amo, Janira - interpelou o ladrão, com a mente fervilhando.
    - Mas eu não - foi a resposta da mulher, calma e implacável.

    O ladrão franziu o cenho, como que incrédulo diante da afirmação tão seca diante de sua demonstração de afeto. A expressão de surpresa, contudo, logo deu lugar a uma contorção de dor, ao sentir algo dilacerando-lhe as entranhas.

    Olhou para seu abdôme e viu as duas mãos de Janira segurando uma adaga, fincada profundamente em seu corpo. A mulher ainda puxou a arma para cima, abrindo-lhe um terrível rasgo até quase o peito.

    Targos caiu de joelhos, tentou-se apoiar com as mãos, mas acabou tombando ao chão, sem entender o que acontecia.

    Janira limpou a adaga nas vestes do ladrão e retirou a opala de dentro de sua bolsa, segurando-a nas mãos, como um prêmio.

    - Teria sido tão mais fácil fugir com ela antes - disse a mulher - mas seu castigo precisava ser maior, ladrão impuro.

    Targos olhava incrédulo, sem conseguir se mexer ou sequer falar, enquanto cospia sangue. Não entendia o que estava acontecendo.

    Janira agachou-se ao lado do ladino, olhou candidamente para ele e disse:

    - Acho que você não vai durar muito, mas quero que saiba, antes de partir, que eu sou uma sacerdotisa de Zeph. Tenho seguido você desde que roubou esta opala, com a missão de recuperá-la. Mas não me contentei só com isso, seu verme. Contemplar sua face agonizante é a maior satisfação que tive nesta busca. Pena que tenhamos nos conhecido nesta situação... adoraria tê-lo conhecido antes de você fazer a besteira de roubar a Opala de Zeph.

    Janira levantou-se, foi em direção ao guardião e disse:

    - Aí está seu pagamento. Agora deixe-me passar.

    A criatura ainda sorria maliciosamente. Olhou fundo nos olhos de Janira e disse:

    - Desculpe-me, sacerdotisa, mas o pagamento tem que ser com um espécime... vivo!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Gostei do final do Clérigo também ^^

    Red, era pra fazer só um resumo do final e depois tu irias escrever um post, ou era pra fazer detalhado mesmo?

    Eu tinha pensado só em algo do tipo: "O ladrão sacrifica a moça dando-a como pagamento ao monstro e depois disso se mata, sentindo remorso pela primeira vez em sua vida".

    :)

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  6. Pode ser resumo ou vc pode detalhar, fica aberto.

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  7. Agora que vi que meu comment ficou imenso... mas quero ver outras possibilidades. Bora comentar ae pessoal!

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  8. Muito bacana a história, Red. Realmente tem uma pitada boa de de "hiborianismo" nele. Eu também voto na conclusão do Clérigo, ficou digna do conto!

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  9. Targos entrega Janira ao monstro e assim consegue fugir e encontrar uma nova cidade para viver, e depois outra e outra depois desta. Vinte anos mais tarde ele é Lorde Satgor, rico mercador do submundo, que viveu a sua vida em meio à lúxuria e o submundo das cidades por onde passou. Ficou rico ao vender artefatos de seus roubos, entre eles a opala, que vendera pelo menos cinco vezes e sempre a recuperara. "É linda!" Pensava todas às vezes "e será minha para sempre". Numa manhã de primavera, quando acordou com a cabeça a latejar terrivelmente e sentindo os pulsos atados um ao outro:
    - De novo? - disse o homem achando se tratar de uma divida não paga ou outro marido por ele desonrado.
    - Costuma ter muitos problemas assim Lorde Satgor? - a feminina voz, suave e maldosa vinda das suas costas soara estranhamente familiar, mas não a reconhecia.
    - Me desculpe senhora, já nos conhecemos? Compartilhamos negócios? Ou talvez os lençóis?
    - Compartilhei com você mais do que os lençóis - a mulher começou a alterar a voz e o atirou ao chão de costas - compartilhei com você meu coração e você me traiu e me deixou para morrer Targos!!
    A voz se elevou como um trovão. Targos, agora Lorde Satgor não conseguia acreditar no que via. Janira estava diante dele com os cabelos desgrenhados, três linhas em diagonal descrevendo uma horrenda cicatriz no rosto e atravessando o lugar onde antes estava o olho direito. Sua face refletia a loucura da vingança. Aturdido Targos quase não percebeu quando ela o esfaqueou três dedos abaixo da virilha. Um grito de dor e o sangue a escorrer da perna. Ela se aproximou dele e sussurrou:
    - Eu era uma prostituta e sei onde os homens são vulneráveis ao prazer e tambem a dor meu amor. E só será prazeroso para você após sua ultima gota de sangue cair.
    A mulher rasgou-lhe a pele de maneiras que mesmo em uma necropsia poderia ser julgada impossível, o manteve vivo por horas afio enquanto lhe cortava a pele, carne e até os ossos.
    Ao derramar da ultima gota de sangue de Targos, Janira pegou em suas calças em meio ao sangue um volume dentro do bolso. A Opala de Zeph. "É tão bonita!" Pensou Janira. "Será minha para sempre."

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  10. Mandou BEM Rafael Sampaio, gostei desse heim!

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  11. Valeu Red, quase não postei pq achei que não ficar bom, também depois daquele do excelente desfecho do Clérigo, com mais reviravoltas que o roteiro de 24 Horas... ^^
    Mas no fim gostei de como ficou...

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