quinta-feira, 21 de abril de 2011

Você Decide: Apenas uma Noite



Boa noite meus caros leitores, hoje vou me aventurar pelas sombras de uma nova sessão de nosso blog, hoje você decide.




Apenas uma noite


Oliver Pearson trinta e nove anos, doze anos dedicados ao cumprimento da lei no departamento de polícia de Nova York, homicídios eram sua especialidade, muitos casos ele resolveu sem soar a camisa, mas houve um em particular que nos seus dois últimos anos no departamento não o deixava dormir. Corpos de crianças apareciam desmembrados nos becos da cidade e as únicas pistas eram penas, penas negras de um pássaro. Mas agora Oliver estava aposentado, comprou uma linda casinha branca no interior do Alabama e resolveu pendurar seu distintivo, pois esses dois últimos anos drenaram sua vida e ele com trinta e nove, aparentava ter cinqüenta. 

Dirigindo sua Ford Ranger pela estrada esburacada e ouvindo Creedence, aquilo era o paraíso para quem vivia na insone cidade, seus pertences haviam sido despachados antes e um velho amigo de seu pai ficou de levar a mudança para o seu novo lar. Quando ele finalmente estacionou sua caminhonete, viu pelo vidro salpicado de barro a figura do Velho Joe, um homem já com seus sessenta e dois anos, calças jeans camisa listrada por dentro da calça e uma bela fivela cheia de detalhes sulistas. Quando Oliver desceu da camionete o velho veio cumprimenta-lo com um grande abraço e aqueles desnecessários tapas nas costas. 

Oliver agradeceu o favor que Joe havia prestado e o convidou a entrar, antes voltou à caminhonete e pegou uma garrafa de Whisky doze anos, os dois se debruçaram nas cadeiras da varanda e serviram seus copos com bebida, Oliver tirou um maço de cigarros do bolso e sem jeito puxou um e o acendeu, deu um trago e passou os olhos pela paisagem da frente de sua casa, logo depois disse: - É Joe, tenho sorte, muita sorte mesmo! O velho deu um gole no Whisky e respondeu: - Tem sim, mas continua abusando dela se quer saber, seu pai te mataria se o visse fumando! Depois desse comentário os dois começaram com o saudosismo típico do sul, lembrando-se dos dias felizes e da infância de Oliver. 


Joe desbancou a falar das peripécias do jovem Oliver, mas nesse momento o detetive levantou da confortável cadeira e foi até o cercado da varanda. Joe parou de falar, levantou-se e disse: -Quer falar sobre isso filho? Oliver apertava o copo com a mão, pois as lembranças do que viu eram repassadas em sua mente, flashes. Oliver se virou e com lágrimas nos olhos começou a desabafar: - Eu poderia ter salvado mais, eu poderia ser mais esperto, mas não fui.....O maldito era um canibal, mas eu vi EU vi, quando ele foi executado, olhei bem no fundo daqueles olhos negros e vi a morte chegando. 

Joe consolou Oliver com dezenas de argumentos, mas o detetive sentia em sua alma que por mais palavras de alento que ele ouvisse, nenhuma iria fazer as feridas fecharem. O sol já se escondia no horizonte quando o velho Joe se despediu e pegou seu caminho para casa deixando Oliver descansar da longa viajem. 

O detetive fechou a porta e deu de cara com centenas de caixas e pacotes, pensou em tomar um banho e improvisar uma cama para dormir. Depois de uma ducha relaxante se deparou com um problema, tolhas ele não havia desfeito as malas, saiu nu pelo cômodo e foi direto abrir suas malas. Depois de alguns irritantes minutos para lembrar a senha do cadeado ele revirou suas roupas e achou uma toalha, voltou ao banheiro e começou a se enxugar, em meio ao vapor d’agua, Oliver sentiu algo deslizando por suas costas, virou-se e tentou ver pelo reflexo no espelho, mas ele estava embaçado, então ele começou a tentar alcançar a coisa com as mãos, e conseguiu, quando bateu os olhos no que tinha em mãos um súbito calafrio percorreu seu corpo e seus músculos se contorceram, uma pena, uma pena de um pássaro negro. 



Oliver estava paralisado, não sabia o que fazer e quando seu pensamento estava se organizando a luz de toda a casa se apagou, por puro e irracional instinto ele saiu correndo até a mala e mais uma vez revirou as roupas até encontrar sua arma, verificou se estava carregada e depois foi em busca de uma lanterna ou coisa parecida, tateando na escuridão ele achou seu isqueiro, tremendo acendeu a chama e lentamente passou a perscrutar a escuridão. 

Quando ele estava descendo a escada para a sala ouviu a maçaneta da porta ranger e abaixando-se mirou qualquer coisa que entrasse pela passagem, mas segundos se passavam e nada acontecia, resolveu ir até a janela e quando olhou entre as cortinas velhas não viu nada além dos vagalumes. Mas ele sentiu uma presença na sala e rapidamente deu as costas para a janela e quando seus olhos focaram a penumbra Oliver descarregou a 9mm na figura que avançava em sua direção, a sinistra coisa estava caída no chão, o detetive foi se aproximando vagarosamente e quando se ajoelhou e iluminou a figura seu coração parou, pois era uma criança, uma menina de uns dez anos. 


Oliver não sabia o que fazer só tentava se controlar, pensava o que essa garotinha estava fazendo em sua casa, então ele a pegou no colo e quando subia as escadas sentiu uma dor lancinante em seu pescoço, suas forças desapareceram e ele caiu inconsciente. 

Depois de um tempo indeterminado seus olhos se abriram e ele estava no mesmo local e alguém velava seu “sono”, era a garota, ela se aproximou dizendo: - Como se sente detetive? Sente-se vazio, drenado quem sabe? Acho que você não encerrou o caso, pois pegou o cara errado, EU sou quem você procurava EU sou o Rapina! E agora o círculo está completo...você matou um inocente e ainda deixou todas aquelas pobres crianças morrem. Diga....hehehehe, o que pretende fazer agora que eu lhe transformei na mesma criatura que você caçava? 

Oliver percebeu que seu corpo estava pálido, seu coração não batia e sua sede era um dinamite prestes a explodir......Mas é você quem decide.
Dr. NosferatuDr. Nosferatu é um medico RPleGista que foi abraçado há muito tempo. Adora revelar os mistérios sombrios do mundo das trevas e tem sempre muitas informações para trocar, quem sabe por favores: é voce quem decide!

3 comentários:

  1. Deixa ver...................
    Desesperado Oliver salta na direção da garota tentando cravar seus dentes no pescoço dela, mas ela é bem mais rápida e se esquiva facilmente, o detetive percebe que o jogo de gato e rato será inútil e com as imagens de tudo que sofreu ele salta pela janela e corre na direção da floresta.
    Depois de se afastar muito da casa ele para em meio de um alagado e olha para o horizonte, seus pensamentos só lhe trazem dor. A garota aparece dizendo:
    - Como é doce collher seu sofrimento, mas não adianta fugir de você mesmo, agora tu és um amaldiçoado como eu.
    O detetive cai de joelhos em meio a lama fétida e rastejando vai na direção da garota implorando por mais sangue. Ela lhe oferece o pulso, abrindo um sorriso macabro, e Oliver crava suas presas sugando o máximo possivel do precioso sangue, e no momento exato ele a imobiliza e com toda sua força a segura firme dizendo:
    - EU jurei matar o monstro e o farei!!!
    A garoa se contorce com uma força absurda, mas Oliver resiste, e no horizonte uma luz vagarozamente começa a surgir, em poucos instantes o sol nasce e transforma ambos e cinzas que pairam pelos céus carregados pelos ventos.
    =D

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  2. Caro Dr. Nosferatu, a falta de comentários em seu post é um atestado de que este blog é do Clérigo.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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