quarta-feira, 4 de maio de 2011

Lição: por que os poderosos não "se coçam"?


Olá, classe! Aproveitando a ideia do Antunes (estão vendo como suas opiniões são importantes?) e o momento político atual, vamos a uma liçãozinha básica sobre porque os “grandes” do mundo não resolvem os problemas.

Eu mesmo me fiz essa pergunta que o Antunes lançou nos comentários da lição anterior: se o mundo está em perigo, por que os poderosos não agem? Por que deixar tudo na mão de aventureiros desconhecidos? Confesso que demorei um pouco até conseguir a resposta. Aliás, as respostas.

Rasputin: o homem que realmente mandava na Rússia (e provável avô do Chuky Norris...)

Primeiro, vamos pensar em nosso mundo real. Afinal, nosso mundo pode não estar acabando, mas temos inúmeros problemas a serem resolvidos como fome, violência, educação e meio-ambiente, apenas para citar alguns. E por que nossos poderosos (quer sejam políticos ou ricaços) não consertam esses problemas? Por dois motivos:

1º Cautela (o menos nobre): toda a ação resulta em uma reação, correto? Assim, resolver um problema pode trazer outro problema, quem sabe até maior. Enquanto escrevo esse post, os americanos borram-se de medo da represália pelo assassinato de Bin Laden. Matá-lo, segundo o governo americano, era uma meta nobríssima, uma empreitada digna de milhões de dólares e vidas (que o digam os afegãos). Mas, agora que o governo americano conseguiu sua façanha, surge o medo: e se ele virar um mártir? E se houver uma revanche?

É muito difícil ser poderoso e tomar essas decisões. Seria muito melhor para os EUA se Osama fosse morto por algum desconhecido, assim, o país lavaria suas mãos. O mesmo ocorre com os poderosos do RPG. Para que Elminster em pessoa precisaria enfrentar Fzoul, correndo risco de morte e de atrair uma legião de inimigos, se um grupo de aventureiros está dando sopa por aí?

O pão do sucesso é feito com a farinha dos ossos dos mais pobres.

2 º Interesse (ainda menos nobre): alguns problemas precisam ser mantidos para que os poderosos continuem onde estão. Sejamos francos, se não fosse o caos que o povo brasileiro vive na saúde, na segurança e na educação, de que seriam feitos os discursos políticos em épocas de eleição? Ora, acabar com o problema é acabar com uma fonte inesgotável de votos, logo, dar uma tapeada é a melhor solução. Assim, no próximo processo eletivo, o candidato pode prometer pela milésima vez “investir em educação, segurança e saúde para todos, porque é hora de mudança de verdade!”. E caímos feito patos.

Agora, pense em um cenário de RPG: se determinada acampamento orc está atacando alguns viajantes esporadicamente e isso não diminuiu o fluxo de mercadorias (aliás, até aumentou, já que os sobreviventes necessitam de novos armamentos) para que o rei preocupar-se-ia? Bom, para o bem do povo, ao invés de mandar sua guarda de elite, ele contrata uns certos aventureiros a preço de banana e que seja o que os deuses quiserem. Se eles vencerem, ótimo, o povo ficará ao lado do rei! Se eles morrerem, bom, assim ainda temos o comércio.

"e a professorinha?" Sim, Sassá... nos enganaram de novo...

“Ok, chega de política!”, diz o rapaz no fundo da sala. Sim, sim. Vamos voltar ao nosso RPG (mas lembre que as intrigas políticas sempre estarão presentes, até em nosso jogo predileto...). Cenários de RPG não precisam seguir as “normas” de nosso mundo. Ok, mas podem seguir muitas mais! Elminster não precisa estar de plantão para resolver os problemas do mundo! Ele tem os seus próprios! E, em um mundo tão cheio de magia e confusões como Forgotten, certamente não existe apenas uma ameaça de apocalipse....

O tema é interessante e pode até parecer vago, mas volto à ideia de olharmos nossa realidade como exemplo. Os poderosos podem até mandar no mundo, mas somos nós, pessoas comuns, que o construímos e mantemos. Um abraço e até a próxima lição!

Prof. AlessandroAlessandro é professor de Inglês, Espanhol, Português, Religião e Literatura devido à profissão. Cineasta, cientista, astrônomo (não astrólogo...), artista plástico, ator, músico, linguista, poliglota, crítico e escritor devido à paixão. Leitor, RPGista, nerd, cinéfilo, enólogo e ocultista devido à diversão. Maníaco por cultura devido a algum mal genético. Ah, e chato, por pura força de vontade.

7 comentários:

  1. Ótima reflexão, professor! São ideias muito interessantes para se explorar, lembrando que muitas vezes os governantes que contratam os aventureiros não vão alardear aos quatro ventos que estão tentando resolver o problema, para não criar expectativas.

    Eles podem muito bem mandar os aventureiros lá e, se tiverem sucesso, o rei/barão/duque fará um discurso em praça pública. Se falharem, ninguém terá ficado sabendo da tentativa de resolução do problema e, por isso, talvez nem reclamem tanto.

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  2. oxi rasputin avô do grande chuky ?

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  3. Muito bom o post, realmente gostei.

    Só uma coisa, quem sugeriu o post fui eu, Arantes, e não Antunes heheheheh.

    Fiz a sugestão pq alguns jogadores da minha mesa me fizeram essa pergunta a alguns anos atrás, confesso que tive que pensar pra responder. No fim cheguei a conclusões parecidas. A principal é a onda de represálias do apocalipse. O fortão bonzinho vai lá e faz uma coisa, e o lado ruim faz outra de represália, e o lado bom outra, e o ruim outra e por aí vai até o apocalipse. Imaginem uma batalha de Khelben e Szass Tam. Com certeza a dispersão de poder mágico seria enorme e gerariam muitas reações de ambos os lados, podendo levar ao apocalipse.

    Vou pensar em uma próxima sugestão pra dar de lição. Aliás 2 sugestões aceitas. E confesso quefico feliz quando vejo que o blog escuta os que aqui participam.

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  4. Poderosos... hmpf >.<

    Quando eu chegar onde eles estão, eles vão estar fritos na minha mão xD

    Ótimo post, Professor. Alcançaste as mesmas respostas às quais eu cheguei certa vez, o que prova que eu devo ter pensado logicamente *.*

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  5. Sassá Mutema!!! O.o NOSSA to veio XD AKoAKpoKKApKA

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  6. muito bom mesmo acho que a muita verdade nos seus argumentos e uma boa perspectiva em relação as aventuras de rpg

    gente se puder visita o Falando de RPG

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  7. A resposta é simples:
    Se eles se coçarem não haverá aventuras...
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Piadas ruins a parte, belo post, e os motivos não poderiam ser diferentes. Politica, Interesse e Politica. É sempre assim...

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