domingo, 19 de junho de 2011

Virtude: Os tipos de mestre


Como minha última postagem de verdadinha foi sobre os "tipos de jogadores", venho agora com os tipos de mestre!
Depois de um período de férias não permitidas (foi malz Clérigo), volto agora com as virtudes!
Novamente, de acordo com o livro do Dragon Age RPG.




Como todos da rede Rpgística sabem, existem diferentes estilos de se mestrar uma mesa.
Parece que alguns mestres estão lá só pra ferrar o grupo, outros ajudam demais, dando até algumas pistas sobre os meios de desenvolver a trama, outros não aceitam que o grupo fuja da sua expectativa... São tão diferentes os mestres, que vale a pena diferenciarmos alguns deles:

O ANTAGONISTA

O mestre antagonista é aquele que tenta criar problemas para seus aventureiros - Muitos problemas.
Os inimigos agem com eficiência implacável, e muitas vezes parece que foram criados só para vencer os personagens.
O Mestre antagonista é malvado, e não hesita em matar o grupo inteiro, se esse não for "competente". Geralmente esses mestres não modificam muito as regras e são como um jogador "overpower", só que é ELE quem manda.

Esses mestres geralmente não são amados pelos jogadores, pois não há maneira de um jogador vencer um mestre quando se trata de RPG. Por mais poderosos que seja o herói, sempre há a possibilidade de cair um meteoro em cima de sua cabeça... A noção de que o mestre está realmente querendo matar o grupo é errônea.
O que acontece muito é o mestre testar os jogadores ao máximo, e ainda querer passar aquela imagem de "estou contra vocês"... Muitos jogadores gostam de pensar que o mestre está contra eles, pois isso põe à prova a total dedicação ao jogo e torna a vitória muito mais saborosa!
Sempre parece que esse mestre está se divertindo às custas dos jogadores, chegando a muitas vezes comemorar um 20 no dado.

O ponto negativo:
Se um mestre é predominantemente antagonista, o grupo vai começar a desconsiderar interpretação, preocupando-se apenas com o poder de vencer os desafios.
"Um guerreiro com duas espadas curtas! É legal, mas legalzisse não vence batalhas... Posso pegar o talento "empunhadura primata", o talento "usar arma exótica: espada bastarda*" e usar duas espadas bastardas sem qualquer penalide! Vou ser um tanque de guerra!"

*Obs: Espada Bastarda é uma espada de duas mãos, praticamente.



O BENEVOLENTE


Diferentemente do mestre antagonista, o mestre benevolente está preocupado com a diversão geral do grupo. Ele tornará os seus personagens em heróis fabulosos só pra lhe dar essa satisfação... É bem provável que um personagem seu dure muito tempo com um mestre desses, e até vire um astro no cenário que estão jogando.

Na maioria, os mestres benevolentes não são tão árbitros das regras, modificando ou anulando certas regras quando essas vão contra a sua lógica bondosa que honra uma boa campanha.

São os mestres benevolentes que sofrem com os malditos "advogados de regras" descritos no meu post sobre "Os jogadores problema". Sua política do bom jogo, sem apelaçõesm, é contrária a do advogado. É a mesma coisa que um governo queimar os arquivos da constituição e decidir governar apenas pelo bom senso.. Os advogados ficariam loucos!

Ponto negativo:
O mestre benevolente pode acabar sendo bonzinho demais, não pondo desafios dignos ou mesmo enchendo o grupo de riquezas e outras regalias.
O grupo vai perder a noção do perigo, tendo a certeza de que nunca vai sofrer baixas...
"Já sei, eu vou me deixar ser engolido pelo dragão pra recuperar o artefato!"



O DIRETOR


Um diretor tenta fazer com que os jogadores ajam como ele acha apropriado para a história. A maior parte das aventuram têm um curso considerado "correto", e os jogadores são recompensados quando conseguem encontrar e seguir esse curso... Naturalmente, serão punidos se contrariarem as expectativas do Diretor.

Um diretor que consegue guiar seus jogadores sem limitar sua liberdade de escolha e oportunidades de diversão pode criar as narrativas dramáticas e memoráveis que todo RPGista adora.

Muitas vezes, o diretor é um mestre super empolgado com a história que ele está criando. Ele vê os personagens dos jogadores como os protagonistas do seu Best seller, por isso pode tomar algumas DECISÕES, como a eventual morte de um personagem só para tornar sua história mais épica.

O Diretor constantemente dá pistas sutis para onde ele quer que a história vá. De certa forma, se bem conduzidas as sesões, os diretores serão amados pelo grupo, sem saberem que na verdade foram manipulados (hasuhausha).

"Existem três caminhos... O da esquerda fede a carniça, e ouvem-se passos furtivos na escuridão.
O da direita parece uma gruta, nas paredes há sangue seco, e gritos de agonia eterna ecoam pelas cavidades subterrâneas.
O caminho do meio é uma estrada de chão. Aos arredores dessa estrada existem variadas espécimes de flores que perfumam o ambiente. Vocês conseguem distingüir o que parece ser um baú mais ao longe, na margem da estrada. Mulheres belas e seminuas....(Vocês entenderam o meu ponto)"

Ponto negativo:
Como ja foi citado, um personagem pode morrer só pra tornar a história mais digna.
Se o grupo tomar uma decisão oposta à do Diretor, pode ser que ele se irrite e "desista do projeto", matando o grupo ali mesmo.
Se fizerem exatamente como o diretor quer, terão ótimas sessões e infinitas histórias para contar.



Por aqui eu me vou gurizada medonha, e vou ainda deixar um presente para vocês (Desculpem moças, não encontrei nenhum saradão jogando dados).



Fica aquele abraço caloroso que só O Cavaleiro sabe dar, nos veremos semana que vem!
O CavaleiroFelipe Halfen Noll é o Cavaleiro, um apaixonado por fantasia medieval.Quando pequeno, seus olhos brilhavam quando nos desenhos presenciava atos de heroísmo e bravura. O gosto pela coisa nasceu com ele. Veio a conhecer os primeiros jogos de RPG quando tinha 8 anos (num sistema inventado pelo primo mais velho), e desde o momento, nunca mais largou o jogo.

12 comentários:

  1. Ah, esqueci um detalhe!

    Pode ser que seu mestre, ou mesmo você seja mais de um tipo de mestre.
    Perfeitamente normal... Eu mesmo sou os 3!

    Se souberem de algum outro tipo de mestre, por favor comente e enriqueça ainda mais o nosso blog!

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  2. Acho que tem o mestre desorganizado. Não prepara nada para aventura e vai fazendo as coisas sem se preocupar com a continuidade das aventuras. Esquece nomes de personagens, esquece objetivo da aventura, que ele na verdade finge que existe.

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  3. a segunda parece que tá com nojo do livro , e nem é ela que tá com o livro dos monstros .

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  4. Hahaha, bem observado, amigo Javo!

    Acredito que sei em qual destes papeis me enquadro como mestre, mas é mais acertado deixar que os jogadores determinem que tipo de mestre nós realmente somos!

    Falando como jogador, temos os três tipos de mestres descritos em nossa mesa de jogo.

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  5. Convivo desde o inicio da minha vida de RPG com o Felipe(o Cavaleiro), assim notando os 3 tipos de mestre nele.
    O Antagonista, quando ele nao gostou de um cavaleiro que eu fiz, colocando-o em situações dificis e constrangedoras.
    O Benevolete, quando meu meu personagem quase morreu no confronto contra um urso atroz, repetindo a jogada de ataque do urso.
    O Diretor, quando proporcionou a volta heroica de meu barbaro a vida.

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  6. hasuhaushuah
    Isso aí Barney, bem lembradas as ocasiões...
    Eu vou parar de revelar as coisas, esses jogadores estão ficando muito astutos!

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  7. Mto bom o post! Acho que eu sou meio bondoso e meio diretor. Mas acho que os jogadores poderiam dizer melhor o que realmente pensam de mim.

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  8. Em geral não assumo muito o perfil Antagonista, mas sou intermediário entre os outros dois. Porém sofro do mal que o Danielfo falou, o "mestre stand-up comedy" = só tem uma vaga ideia de como a coisa vai acontecer, inventa npc´s, dungeons e objetivos na hora e ainda se acha o engraçadinho. Sorte que nem sempre é isso que acontece.

    O perfil mais ideal, NMO, é o diretor só que com "cartas na manga", tendo histórias alternativas caso os jogadores não tomem o caminho planejado. Vocês já notaram que quando se usa uma aventura pronta é esse perfil que os autores tentam passar? Talvez por este hábito que tantos mestres assumam essa característica.

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  9. Muito legal o texto. Acho que também me enquadro no tipo de narrador que acaba misturando tudo.

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  10. Odin, tu és definitivamente um mestre benevolente, hahaha, mas asseguro-te que saber quando não ser complacente...

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  11. Eu sou um mestre benevolente ... entretanto depois de alguns meses de narração quando todos os jogadores se sentem muito seguros e começam a agir muito estúpidamente... eu acabo tendo que matar um ou outro... já disse o Barba Negra em piratas do Caribe : -- As vezes eu tenho que matar um ou outro se não eles perdem meu respeito -- >.<

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