segunda-feira, 18 de julho de 2011

Dicas de Joe Fischer para os DMs - Cidades (parte 1)

Joe Fischer tem matérias públicas desde antes da Dragon Magazine (no caso, antes mesmo da “The Dragon”). No tempo da revista The Strategic Review (1975 – um ano depois da criação do D&D), Joe escrevia dicas para mestres e jogadores, além de ter sido responsável pela classe “Ranger” (que recebeu uma “polida” de Gygax para entrar no 1ed AD&D). Trago para você uma de suas fantásticas matérias, dividida aqui no blog em partes por questão de espaço. Aproveitem!


Dicas para Juizes de D&D

Parte I: Cidades

por Joe Fischer (The Strategic Review, abril de 1976)

Quando conversamos com novos juízes¹ de D&D, a palavra mais escutada vinda deles é “Socorro!”.

Estes jogadores que se tornaram juízes estão geralmente cheios de idéias para novas armadilhas, monstros, e tesouros para lançar em seus jogadores inocentes, o que é maravilhoso. O problema, na maioria dos casos, parece ser que eles não sabem bem por onde começar, o que não é tão maravilhoso. Espero que este artigo não apenas ajude a começar, mas também mostre que caminho tomar uma vez que você tenha começado.

Ao começar um novo “castelo ²”, existe uma necessidade que todo juiz deve preencher; que é dar aos jogadores uma base de operações onde todo o equipamento para o exterior e expedições de masmorras pode ser comprado, e um lugar onde os personagens-jogadores podem ficar em (comparativa) segurança entre as aventuras.

A melhor maneira de fazer isso, além de apenas dar o equipamento para os jogadores, é planejar um vilarejo ou aldeia (ou uma cidade pequena para aqueles com ambição e muito papel quadriculado). Desta maneira não apenas os jogadores têm uma base para trabalhar, mas agora podem ir a ocasionais “aventuras urbanas” para quebrar a monotonia de aventuras em masmorras, e ainda sem arriscar seus pescoços no ermo.

Se uma vila parece muito trabalho, com um pouco de imaginação, um juiz pode criar seu próprio tipo de base de suprimentos. No agora defunto castelo “Black Star” (uma das minhas primeiras tentativas de construir um castelo) o primeiro nível foi entregue à estalagens, pubs e lojas – incluindo a loja de um mago de alto nível levemente louco que parecia ter um pouco de tudo, incluindo uma arca de Gondorian Red, uma arca de Mordorian Black, e um mordomo balrog chamado Boris (que os ex-jogadores do “Black Star” devem lembrar bem).

Se o juiz decidir construir uma cidade, ele terá tantas opções quanto um novo Cadillac.

----------------


Notas do tradutor:

¹ “Juiz” neste texto quer dizer a mesma coisa que conhecemos como “Dungeon Master”, ou “Mestre”.

² As campanhas de RPG, como Greyhawk e Blackmoor, começaram em função de explorar grandes castelos, por isso o autor usou este termo.

Rafael BeltrameRafael Beltrame adora estudar a história do D&D (nos tempos da TSR) e ler módulos dos anos 70-80. Blogueiro compulsivo, trabalha em muitos projetos ao mesmo tempo e não se adapta muito bem às mudanças no campo da informática. Gostaria de morar na Village of Hommlet.

7 comentários:

  1. A ideia de estabelecer uma base de operações me parece muito legal. Qualquer expedição exploratória deveria incluir um local assim, onde os PJs poderiam se recuperar e negociar suas bugigangas.

    Lembro-me do First Quest, que tinha até um mapa da vila com as indicações dos principais locais para comprar e vender suprimentos.

    ResponderExcluir
  2. Hm... um castelo como base de operações e que funciona como "save point" por entre as aventuras? Sempre pensei em cidades e vilas (e até num navio...) mas nunca castelos '-'

    ResponderExcluir
  3. Quando ele diz sobre "...um mordomo Balrog chamado Boris..." será que realmente era um Balrog de Tolkien? Aquele de fogo e sombras? Se for é bem engraçado Hahaha =D...

    ResponderExcluir
  4. Encaitar: isso mesmo! ocorria a mesma coisa com o Castelo Greyhawk

    Druida: isso mesmo tb, heheh! na primeirissima edição do D&D, balrog era um monstro do livro, ate encontrar problemas de direito e passar tempos depois a pit fiend

    ResponderExcluir
  5. muito show a materia, em minhas campanhas sempre tem um vilarejo perto de onde a aventura se passa, para que os PJ's possam dar o 'save point' como foi dito acima ...

    ResponderExcluir
  6. Pit Fiend... Baatezu, isso? Nossa, não sabia que era inspirado no Balrog. Que legal =)...

    Eu achei que o Balrog era tido como "obra de domínio público", assim como orcs, elfos e anões...

    ResponderExcluir
  7. nao, orc, elfo e anao, por exemplo, sao termos q ja existiam. ja balrog e hobbir, ambos usados no D&D no começo, sao exclusivos de tolkien

    ResponderExcluir

Seja um comentarista, mas não um troll! Comentários com palavrões ou linguagem depreciativa serão deletados.