terça-feira, 2 de agosto de 2011

Baforada: No Brain no Pain?


Essa é para os mortos vivos de plantão, algum personagem seu já se transformou em um morto vivo? Veremos algumas implicações lógicas que advém dessa peculiar transformação.


Em uma galaxia muito, mas muito distante, um grupo de personagens travava batalhas suscetivas contra um poderoso necromante chamado Ragnus, depois de ter seus planos frustrados o mago decidiu atacar diretamente o grupo de heróis.
Um exército de mortos vivos marchou silenciosamente até a pequena vila onde os heróis estavam descansando, gritos histéricos em meio a noite acordaram o grupo que rapidamente vestiram suas armaduras e partiram para o combate. Mal sabiam eles que cada morto vivo carregava consigo uma maldição e caso qualquer um deles recebesse apenas um arranhão seria infectado e tornaria-se um morto vivo sob o poder de Ragnus.


Foi uma luta difícil, mas eles conseguiram acabar com todas as aberrações, o anão guerreiro Hotgar foi o único ferido no combate, recebeu um golpe das garras de um desses zumbis e ficou com umas cicatrizes bem legais (de acordo com o próprio anão), dias se passaram e Hotgar caiu em febre delirando, suas cicatrizes "legais" vertiam pus e clérigo nenhum tinha a cura de sua doença, até que aconselhados por um sábio druida os heróis partiram em uma bravata tentando encontrar a cura do amigo. Enquanto isso Hotgar fugiu de seu leito e desapareceu. Como mestre fui confabular com o jogador de Hotgar para explicar que seu personagem foi vitima de uma maldição e que se tranformou em um morto vivo, o jogador curioso me perguntou em termos de ficha o que mudava, bom fizemos todos os ajustes e eu expliquei que por ser um morto vivo, ele não sentia mais nada, nem dor nem sentimentos como medo e nenhuma das funções vitais de seu corpo funcionavam, deixei claro que seu unico objetivo agora era saciar uma fome descomunal e estranhamente seguir as instruções de uma força externa (Ragnos).


Logo os heróis surpreendentemente toparam com o amigo anão, e eu esperando que o jogador tomasse conta de interpretar o mostro que ele havia se tornado, fiquei frustrado, pois o anão levantou os braços e deu um UTAAA (abraço) nos seus amigos. Chamei o jogador de canto novamente e expliquei tudo direitinho, e ele voltou ao jogo já com sede de sangue atacando os membros do grupo, não surpresos (ainda mais pela aparência do anão) eles tentaram segurar a pilha de músculos mortos, mas era impossível, até que o mago do grupo disparou sua besta na cabeça do anão e tirou aquele critico lindo, o anão felizmente era imune a essas coisas justamente por não sentir dor. Quando narrei que mesmo com o virote na cabeça o anão avançava a sessão parou e todos queriam explicações.


Depois de pelo menos uma hora de debate e eu explicando as implicações de se tornar um morto vivo a galera entendeu, mas o mago do virote cheio de lógica sofística insistia que seu disparo iria derrubar o anão morto vivo, o cara quis dar uma aula de neurologia, eu simplesmente disse: - Cara não derrubou e pronto ele é um zumbi estamos em um mundo fantástico de um RPG, isso não é realidade!
Bom desnecessário dizer que a aventura acabou por ai, mas me digam eu estava errado? NO brain NO Pain?

Por Red Dragon AFFF!!
Red DragonRed Dragon, um dragão que estranhamente joga RPG desde que saiu do ovo, adora tudo relacionado aos cenários de fantasia, mestre rodado em vários sistemas, fã incondicional de Tolkien. Mora em um vulcão onde tenta entender os seres humanos.

14 comentários:

  1. ai esta a magia da coisa:
    assim como temos diferentes filmes de zumbis, temos diferentes tipós de zumbis.

    rapidos, lentos, burros, espertos, raivoso, vegetativos, mortos por tiro na cabça, mortos por arrancara cabeça, e por ai vai.

    e digo mais: conhecimento In game e OFF game sao distintos. o mago ate poderia ter estudado num livro q acertar o cerrebro poderia ser fatal...e para sua surpresa, o livro estava errado!

    pronto, fim da discussao. DM sempre tem a palavra final

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  2. Ai vem a colocação: "Nesta maldição ou transformação em particular, isso parece não estar funcionando, possivelmente algum fator desconhecido pelos jogadores torna a situação diferente do habitual estudado pelo mago"
    Normalmente meus jogadores param de incomodar nessa hora...os que não param, bem, um antigo amigo meu tinha sempre um NPC troglodita no grupo...com um saco de cocos que voavam na cabeça de insubordinados...
    ehawkhekwa

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  3. Adorei o nome da matéria...

    Mas não seria "No Brain, No Gain"?

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  4. Rafael tem toda razão, DM tem sempre a palavra final, não importa se os jogadores achem que o zumbi ia agir de outro modo, não importa que os personagens já tenham enfrentado zumbis que não agiram assim, esse agiu e ponto.

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  5. rafael, na real seria "no pain, no gain", mas o trocadilho esta em contexto com a posttagem :D

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  6. Bom, "Imune a Crítico" é algo meio passível de interpretações diversas. Em princípio, eu diria q isso faz com que arrancar a cabeça de um zumbi fora seja tão eficaz quanto... Arrancar uma unha dele. Basicamente, este é o mesmo princípio dos golens. Como eles não estão vivos mesmo, um golem ou zumbi desprovido de sua cabeça continuaria "funcionando" normalmente. A parte bizarra, é que tecnicamente isso impede ele de realizar as funções correspondentes a esta parte do corpo.

    Ex.: Um zumbi sem as duas pernas não poderia andar. Com exceção dos do Moonwalker (Mega Drive), q entre outras bizarrices, conseguiam DANÇAR sem a parte inferior do corpo. Eu acho razoável fazê-lo se arrastar, mas fato, as pernas dele também não saem por aí chutando as pessoas (eu pelo menos desconheço algum lugar onde isso aconteça). Ou seja, acho q o ideal seria "Um zumbi sem a cabeça continua vivo. Mas o corpo dele, não". Bizarro, eu sei. Mas estamos falando de gente morta q anda e come pessoas vivas para fazer mais gente morta... Enfim...

    Outra coisa é q nem sempre crítico quer dizer "arranquei a cabeça dele". Nessas condições do post, tudo bem. O golpe atinge a cabeça, espalha miolos pra todo lado... Mas parece não impedir o anão em nada. Vale até um Save de Vontade ou Fortitude pra não travar diante disso. Entre outros motivos, pq isso provavelmente não causaria dano suficiente para colocá-lo sequer inconsciente (como qq coisa de D&D em níveis razoavelmente altos).

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  7. Sobre a interpretação do jogador: No caso o anão não se tornaria um NPC?

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  8. @Jcwally: Esclarecendo, o jogador quis continuar no papel do personagem.

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  9. Pra mim o DM tem a palavra final, pelo menos no referido jogo. Há jogos em que os jogadores vão distorcer, acrescentar ou mesmo diminuir as informações providas pelo narrador, mas em jogos clássicos de fantasia medieval, principalmente os inspirados em wargames, o DM funciona como um juiz e sua palavra é a final mesmo.

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  10. RPG é RPG... a realidade do jogo vem do mestre. Se o mestre permite que o zumbi morra com flecha/tiro/virotada/punhalada/martelada/etc.rada na cabeça, ótimo, mas se ele não permite, não há absolutamente nada que o jogador possa fazer. No fim é tudo brincadeira... acho ridículo alguém discutir com o mestre por causa de qualquer coisa xD

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  11. Creio que,faltou um pouco de imaginação e principalmente interpretação do personagem.

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  12. Eu acho que você estava totalmente certo Red Dragon, mas discordo da idéia de que o mestre sempre tem a palavra final. Para mim, se ele não seguir um conjunto de regras consistentemente (mesmo que desconhecidas pelos jogadores) isso dá uma grande sensação de impotência no jogo.

    Por exemplo, se flechas na cabeça sempre mataram zumbis em minha campanha, os jogadores já esperam por isso. Então quando eles acertam uma flecha em um zumbi novo e ele não morre, eu me certifico de ter uma explicação para dar, ou durante a aventura se conseguiram descobrir, ou no final da aventura, fora do jogo.

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  13. @Aramil: sim, mas dai é do bom senso, ne?

    um mestre q diz "simpq eu quero" é a mesma coisa que u jogador q diz "sim pq esta no livro".

    ambos sao chatos

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  14. Isso me lembra uma matéria da finada revista Dragão Brasil (não lembro qual número agora, mas era da época em que ela tinha um formato menor), que trazia novas habilidades para mortos-vivos. Uma delas se chamava "Corpo Entrópico" e dizia algo mais ou menos assim: "É mais difícil ferir um inimigo que se encontra, para todos os propósitos, morto. Um morto-vivo com esta habilidade sempre sofre dano mínimo de armas comuns. Magias ainda causam dano normalmente. Essa habilidade é mais apropriada para mortos-vivos sem inteligência, como esqueletos e zumbis". Basicamente, no brain, no pain.

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