quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Baforada: EU GOLEM


Se Isaac Asimov fosse um jogador de RPG com certeza ele faria um pesonagem golem, entrar na pele (ou no metal) de um personagem desses pode ser um desafio de interpretação, vamos ver as possibilidades que um golem pode oferecer.
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EU GOLEM: 

Quero iniciar esses escritos com uma questão: - O que diferencia um golem de um robo?

Na minha opinião é o NT (nível tecnológico) em que ele é construido e claro o contexto onde vivem seus criadores, pois a finalidade da criação é a mesma, servir seus criadores seja lá qual for a tarefa. É claro que vocês podem apontar outras diferenças (material, fonte de energia, diretrizes, formas, poderes), mas percebam que essas são só características superfíciais se forem comparadas com o propósito da criação e é esse fator que oferece um interessante ponto de vista, pois diferente dos seres humanos os golens conhecem seu próposito de existência e até seus criadores. Então onde está o desafio de interpretação se as maiores questões da humanidade já tem resposta para os golens?

Ser ou não ser eis a fração

HAAAaaa mas perceba o paradoxo onde uma resposta gera duas questões, e é ai que o assunto da pano para manga, pois saber o propósito da existência e conhecer seu criador pode não ser uma coisa boa, ainda mais se tais máquinas possuirem inteligência e capacidade de pensar por sí mesmas. Claro que uma máquina dessas pode seguir diretrizes como as leis de Asimov:

1ª lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inacção, permitir que um ser humano sofra algum mal.
2ª lei: Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens contrariem a Primeira Lei.
3ª lei: Um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira e Segunda Leis.


Quem disse que máquinas não tem carisma

Mas se tais seres possuírem o logos semelhante ao de seus criadores (que remete ao "criados a imagem e semelhança") é possível que conhecendo o comporamento de seus criadores tais seres percebam que são muito superiores e ai a coisa fica preta.

Essa temática é costantemente abordada nos filmes de ficção científica, mas existem infinitas possibilidades em abordar as máquinas e particularmente eu gostei muito da forma que um cenário de D&D mostra. Em Eberron golens (warforged) foram construidos (quase que em escala industrial) em meio a uma guerra, eles formaram um exército de construtos com objetivo de eliminar os inimigos de seus criadores, mas a guerra acabou e eles perderam sua serventia. Estranhamente essas máquinas desenvolveram uma capacidade enorme de adaptação e foram até reconhecidos como seres inteligentes de uma nova espécie, pois muitos deles parecem ter uma "centelha" humana, alguns até se vestem como humanos, mas o interessante é que muitos não pensam assim e sabendo que são máquinas de guerra eles destroem quem aparecer na frente e acreditem eles são bons nisso.

 Cada warforged é unico

Golens ou construtos possuem super-vantagens, pois não precisam comer, beber, dormir, respirar, não ficam cansados nem doentes e geralmente são feitos de materiais BEM resistentes, dependendo de como são construidos podem ser mais fortes e até mais velozes. Eles tem desvantagens também, se quebrarem são difíceis de consertar, podem ser muito pesados, vulneráveis a energias como a eletrecidade, podem não ter tato e nem outros sentidos importantes (como olfato e paladar), dependendo da disposição de suas peças podem ser muito grandes ou possuirem mãos com outras ferramentas, é possível que a fonte de energia que alimenta seus corpos tenha que ser trocada (por ser finita e até rara).


O psicológico das máquinas pode ser mais conflitante que o de seus criadores, elas podem querer ser como seus criadores (como no homen bicentenário), ou o oposto, podem querer destruí-los, quem sabe desconhecer seus criadores e tomar eles como deuses (já vi isso em algum lugar). Uma coisa é certa, toda criação é carregada de partes de seu criador mesmo se esse quiser fazer algo totalmente diferente, pois queira ou não a ídeia veio da mente dele é parte do seu "eu". Para encarar o papel de Golem é só pensar como são os criadores deles e claro para qual função eles foram criados, acho legal começar com uma mentalidade bem racional (Sheldon) e depois com as experiencias vividas ir adquirindo uma personalidade.

"010010100100101110001" oração das máquinas.


Já tive um personagem golem (Ralph) que inicialmente foi criado para ser o guarda costas de um mago, mas o tal foi assassinado e por eras Ralph ficou desativado, até que um dia um garoto o encontrou e acidentalmente o ligou, logo o golem (ciente de sua falha) tomou o garoto como mestre e começou a cuidar dele. O menino cresceu e se tornou um mago com um amigo muito especial. Anos mais tarde o mago descobriu ser o tataraneto do criador de Ralph que foi passado de geração em geração sendo o protetor da família.

Bom espero que vocês aproveitem as dicas e explorem o universo das máquinas.


Por Red Dragon "Deus EX Machina"
Red DragonRed Dragon, um dragão que estranhamente joga RPG desde que saiu do ovo, adora tudo relacionado aos cenários de fantasia, mestre rodado em vários sistemas, fã incondicional de Tolkien. Mora em um vulcão onde tenta entender os seres humanos.

13 comentários:

  1. muito inetressante. e em cenários onde é possivel misturar "acidentalemnte" as tecnologias. um robo seria visto como um golem.

    interessante o tema, dragon. sacrificarei uns goblins em seu nome

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  2. Puxa, muito bom o post, mas tenho "meda" das máquinas, ainda não sei do que elas serão capazes no futuro (vide Matrix hehehe).

    Abraços.

    Ps: E leiam Asimov, em um futuro não muito distante tenho certeza de que os livros dele terão todas as bases da ética robótica.

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  3. @ Rafael: Se não for pedir muito sacrifique um cubo gelatinoso (sabor uva).

    É mister trapaça Asimov podia ter escrito o manual de sobrevivencia humana na rebelião das maquinas.

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  4. Adorei esse post! A referência a Asimov foi ótima.

    Imagino como seria se a lei número 0 também fosse verdade: "Um robô (golem) não pode causar mal à humanidade, ou, por inação, permitir que a humanidade sofra algum mal"

    Um conflito interessante seria as prioridades do golem e suas interpretações do que seria, de fato, obedecer às leis, principalmene com a lei zero. Se o que importa é preservar a humanidade, será que atacar um exército bárbaro invasor caracterizaria um dano à humanidade ou, ao invés, sua defesa?

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  5. Nossa mestre Walla lembrei desse cyborg do robocop 2 que era viciano em nuke. Doidaço!

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  6. Cara, Asimov é o cara. Quem ainda não leu, que o faça.

    Confesso que nunca fui muito com a cara dos constructos, mas esse post me fez ver seu lado humano, rsrsrs.

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  7. Gostei do post. Muito interessante!
    Nunca tinha pensado em golens como personagens, mas achei a idéia interessante, e inclusive acho que tive uma excelente ideia para uma aventura com golens (algo que não faço a muito tempo).

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  8. Eu acho os golens legais, mas raramente vi um deles em uso em algum jogo /:

    Uma variante (que não é bem uma variante, é só a lenda básica e antiga mesmo) de golem que eu gosto é a judaica: eles tem uma palavra escrita na testa pelo mestre deles, que os faz continuar vivendo, mas quando se apaga essa palavra eles morrem e viram pó.

    P.S. sou fã incondicional de Asimov, teve um mês inteiro que passei só lendo livros dele, adorei. Agora deu vontade de ler tudo de novo :D

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  9. @Encaitar:
    Eu assisti um filme móooo antigão que tinha esse golem, é tipo uma feitiçaria judaica, bem legal!

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  10. @Red Dragon
    "Der Golem", o filme alemão mudo? Pra mim tá no top junto com "Nosferatu"! Hehehe

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  11. @Utarefson
    Esse mesmo! Nosferatu é legal e tem o Gabinete do dr. caligari que é d+

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  12. Asimov é o cara²

    Eu, robô é um dos livros mais complexos e profundos que já li. Vocês acham a vida de golem fácil? Então tem que ver robôs que podem ler mentes e entender emoções - mas não senti-las - e cair em paradoxos preferindo a auto destruição, robôs autoritários e que filosofam Descartes. Mas o pior é o final que até arrepia, eles sempre foram concientes de sua existência e Asimov provou pra min que os robôs realmente tem que tomar o governo da raça humana. É o bixo!

    É como diz aquela poesia: "A razão é como equação de matemática, entra-se na teoria perde-se a prática de sermos nós mesmo."

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