quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Baforada: Que os jogos começem


Chega um momento na vida de um RPGista que explorar dungeons simplesmente não da mais, então esse post é para vocês que querem se divertir jogando RPG, mas fora do "arroz com feijão". E já vou começar lhes oferecendo uma ideia muito legal: Os Jogos Romanos, vamos lá.


Os jogos foram as atividades mais importantes do calendário religioso romano. Datando de antes da instituição da República em Roma, os jogos ou "ludi", em latim, começaram por se realizar por ocasião do triunfo de um general. A partir do ano 336 a. C., tornaram-se um evento que fazia parte das festas religiosas do calendário público e se realizava anualmente, sendo tal o seu sucesso que foram surgindo uma grande variedade de jogos com o passar do tempo. Dos jogos, que se prolongavam por vários dias, faziam parte a prática de eventos de atletismo (recolhidos da tradição grega), a representação de peças de teatro (chamadas scaenici), caça e corridas de carros, sendo estas últimas as únicas atividades dos jogos primitivos, aparecendo as demais por acréscimo. As corridas de carros, que decorriam na pista oval do circo, eram feitas em carros de dois ou quatro cavalos. No fim da República, inseriram-se os espetáculos de gladiadores. Um cortejo de cariz religioso abria os jogos no primeiro dia, no Circo Máximo, sucedendo-se corridas de carros e lutas corpo a corpo nos chamados circenses. Nos dias que se seguiam, realizavam-se espetáculos de comédias e tragédias, com especial incidência nas primeiras. No período republicano, os jogos mais importantes foram os de Júpiter Ótimo Máximo, denominados os Grandes Jogos, e tinham a duração de quinze dias.


Além destes jogos havia os fúnebres, herdados da tradição grega. Eram realizados no Fórum Romano, por altura da morte de algum personagem importante, e neles organizavam-se sobretudo lutas entre gladiadores.

O tal pão e circo funciona até hoje o.O

Gladiador era um lutador escravo treinado na Roma antiga. O nome "Gladiador" provém da espada curta usada por este lutador, o gladius (gládio). Eles se enfrentavam para entreter o público, e o duelo só terminava quando um deles morria, ficava desarmado ou ferido sem poder combater. Nesse momento do combate é que era determinado por quem presidia aos jogos, se o derrotado morria ou não, frequentemente influenciado pela reacção dos espectadores do duelo. Alguns dizem que bastava levantar o polegar para salvar o lutador, outros dizem que era a mão fechada que deveria ser erguida.



Entretanto alguns estudos relatam que nem sempre o objetivo era a morte de um dos gladiadores, haja vista, que isso geraria ónus para o estado romano. Argumenta-se que o principal objetivo era o entretenimento da plateia. Faziam parte da política do "pão e circo" (panis et circencis). Pouco comum era que um romano de alta posição social, mas arruinado, se relacionasse como gladiador a fim de garantir a própria defesa, ainda que de maneira arriscada. Ser proprietário de gladiadores e alugá-los era uma atividade comercial perfeitamente legal.
As primeiras lutas conhecidas aconteceram em Roma em 286 a.C., no começo da primeira guerra púnica. Porém o esporte teve início com os Etruscos.
Durante cerca de sete séculos, as lutas dos gladiadores, entre si (ordinarii) ou contra animais ferozes, o que era menos valorizado e prestigioso para os lutadores, foram os espectáculos preferidos dos romanos.

O Coliseu, era o principal palco dessas lutas, em Roma, e suas ruínas ainda se constituem numa atração turística da cidade.

No ano de 73 a.C., aconteceu a terceira guerra contra escravos, que teve início com um gladiador, de nome Espartaco. Este liderou um grupo rebelde de gladiadores e escravos, que assustou a então República Romana. A revolta terminou dois anos depois graças a Marcus Crassus. Depois disso os lutadores eram vistos com medo nas épocas de crise.


Para as lutas eram reunidos prisioneiros de gerra, escravos (devido ao tratamento mais humano e à possibilidade de alcançar a fama e até mesmo a liberdade, ser um gladiador era melhor do que ser um escravo comum) e ainda autores de crimes graves - mas na época dos imperadores Cláudio I, Calígula e Nero a condenação à arena foi estendida às menores culpas, o que aumentou o interesse pelas lutas. Dois imperadores participaram de lutas, obviamente vencendo, foram eles Calígula e Cômodo.



Os lutadores pertenciam a grupos e as lutas eram organizadas de forma que nenhum grupo ficasse em desvantagem.

Trácios: eram os mais fracos, como proteção usavam um capacete que cobria toda cabeça e um escudo quadrado, além de caneleiras. Atacavam com espadas curvas, as sicas.

Murmillus: eram os oponentes dos trácios e retiários. Usavam um grande escudo numa mão e na outra uma espada curta. O capacete se assemelhava a um peixe.

Retiários: empunhavam um tridente e eram os mais desprotegidos. Carregavam também uma rede e uma faca curta. Eram os únicos aos quais era permitido recuar em combate.

Secutores: Se assemelhavam muito com os murmillos entretanto seu capacete era arredondado para não prender na rede dos Retiários que eram seus oponentes.

Dimachaeri: Não se sabe muito sobre ele, mas como usava duas espadas, sabe-se que era um dos mais bem treinados.

Treinamento:

Os gladiadores tinham treinamento em escolas especiais conhecidas como ludus. Em Roma havia quatro escolas, sendo a maior Ludus Magnos que era conectada com o coliseu por um túnel subterrâneo. No intervalo das lutas eles tinham um tratamento especial que envolvia grandes cuidados médicos e treinamento cuidadoso. No geral, eles não lutavam mais que três vezes ao ano. Viajavam em grupos conhecidos como famílias quando iam lutar em outras cidades. O treinador, conhecido comolanista (provavelmente derivado da palavra carniceiro), ia junto.


Alimentação:

Os gladiadores eram, em grande parte, vegetarianos. Se alimentavam basicamente de feijões e cevada. O motivo é o fato de que a carne era um alimento caro, e eles eram escravos.


Curiosidades:

Eram comuns nas lutas as participações de anões, sendo que eles lutavam tanto entre si como também em times contra gladiadores normais.
Havia também gladiadoras mulheres, que lutavam com um seio exposto, pois usavam as mesmas vestimentas dos gladiadores homens. O imperador Domiciano gostava de ver lutas entre anões e mulheres.

Agora imaginem adaptar gladiadores em cenários de fantasia, arenas gigantescas com desafios mortais, gigantes lutando contra anões enquanto animais atrozes acorrentados tentam alcança-los para saciar sua fome. Magos criando cenários de batalhas e policiando o uso da magia na arena. Um grupo de gladiadores que quer conquistara liberdade na arena sabendo que terão que lutar entre si. É uma temática estroboscopicamente explorável, fica a dica.

Por Red Dragon "apostei no máximus e ganhei o mínimus"
Red DragonRed Dragon, um dragão que estranhamente joga RPG desde que saiu do ovo, adora tudo relacionado aos cenários de fantasia, mestre rodado em vários sistemas, fã incondicional de Tolkien. Mora em um vulcão onde tenta entender os seres humanos.

10 comentários:

  1. Gladiação sempre rende boas histórias, boa dica, Red :D

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  2. cara, o q esta havendo com o povo? eu, vc e o clerigo fazendo material sobre gladiadores? sera por causa do Spartacus no FX? heheheh

    muito legal, bem abrangente. os Trácios nao eram mais fracos nao!
    eles tinham menos equipamento. era comum colocar um adversario com mais proteção contra um com mais mobilidade.

    o seriado Spartacus : Blood and Sand esta muito bem pesquisado. mostra a vida dos gladiadores, q recebiam dinheiro (mais q um soldado, na verdade) e mostra diversas facetas do Ludus Gladiatorius (a casa onde els treinavam). quem tiver curiosidade em termos de regra, o Box antigo de Dark Sun do AD&D e o Gladiators handbook sao pratos cheios de ideias

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  3. Estes seriados realmente são muito bons, e esta matéria melhor ainda!

    è bom colocar em aventuras também algo do tipo, com personagens tentando conquistar sua liberdade em meio a muita burocracia, intrigas e falsidades.

    Massa bagarai :D

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  4. O sériado Spartacus está muito bom. Altamente recomendado.

    Com os Gladiadores tb se pode fazer uma arena ao estilo Mad Max e a Cúpula do Trovão: "Dois Homens entram, um homem sai!"

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  5. Mad Max...bem lembrado. Que tal em vez do Master Blaster, uma cúpula do Trovão com minotauros, Ogros ou ciclopes. Uma aventura poderia ter como tema fugir desse destino ou até mesmo, ir de encontro a ele.

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  6. Eu criei uma especialização para Old Dragon... o Gladiador! Aguardem que logo eu posto aí.

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  7. Puxa... Que aula =D...

    Muito bom o post. Vou usar as dicas assim que tiver uma oportunidade =)...

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  8. outro material para gladiadores é ler sobre o minotauros de Taladas, o "continente perdido" de Dragonlance.

    alias, em algum lugar de Krynn tem uma arena (é só ver a foro do Caramon lutando contra um minotauro nesse post, hehe)(

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  9. Eu também estou acompanhando a série "Spartacus".
    É bem legal, mas eu só me pilhei de meter isso nas sessões depois de ler o post.
    Infelizmente, tá meio complicado criar um grupo aqui em Porto Alegre.

    Muito bom o post Red!

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  10. Que injeção de história Romana!!!
    Muito bom.

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