segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Dicas de Joe Fischer para os DMs - Mapeando (parte final)

Bom pessoal, essa é a última parte do texto original escrito por Joe Fischer para a The Strategic Review. Leiam as partes anteriores aqui e aqui.

Lembrando que “juiz” quer dizer “Mestre”, pois era o termo mais utilizado na época (sendo o wargame o pai do RPG, não é de se estranhar) e que as menções à entradas de masmorras e a proximidade das cidades se deve ao fato de que as primeiras campanhas (Gygax, Arneson, Kuntz e outros) tinham esse mesmo formato.


Se o juiz decidir por uma cidade como ponto de partida para seu jogo, ele deve primeiro mapear as áreas gerais em volta de sua cidade e da entrada da masmorra em papel hexagonal para mapa [N.T. papel muito comum por lá], onde a escala depende da quantidade de detalhes que o juiz deseja.

Desta maneira mais de uma entrada para a masmorra pode estar disponível, e também permite aos personagens dos jogadores, assim que tiverem ouro para isso, escolher áreas para construírem seus próprios castelos.

O próximo passo é, basicamente, definir algumas coisas para a cidade.

População, tipo (se é apenas um cidade normal, se é cercada por muros, um porto, distrito, etc), alinhamento do governo, e assim em diante. Ao mesmo tempo, qualquer personagem não jogador especial da cidade deve ser anotado, junto com suas magias ou itens especiais que ele possua. Isto pode ser tão simples ou complexo quanto o juiz desejar.

Naturalmente quanto mais complexo for, mais realista e aproveitável para os jogadores serão as aventuras na cidade.

Uma vez que tudo isso esteja anotado, o próximo passo é mapear a cidade em si.

Isto deve ser feito com papel gráfico padrão: um quadrado é igual a 20 pés [N.T. algo em torno de 6 metros]. E para facilitar o entendimento, o juiz deve desenvolver algum tipo de símbolo e código por cores. Primeiro faça o mapa dos muros da cidade [N.T. os limites da cidade], qualquer corpo de água, e detalhes geográficos que estiverem do lado de fora dos muros. Isto deve ser feito primeiro com lápis, e depois colorido assim que o juiz estiver satisfeito com o trabalho.

Depois, os muros internos, como os muros do palácio, devem ser mapeados. Tenha certeza de fazer estes diferentes dos muros principais.

Então a cidade (se for grande o suficiente para ser necessário) pode ser dividida em seções (Bairro dos Ladrões, Zona do Templo, Distrito dos Camponeses, etc.) e cada uma feita na sua vez. Primeiro, os prédios maiores (templos, palácios, guildas, etc.) devem ser marcados. Você pode querer aumentar alguns destes mostrando num mapa separado [N.T. ou seja, detalhar]. Então, em ordem, as estradas principais, estradas menores, lojas menores, becos, e por último a casa dos camponeses mais pobres devem ser desenhadas.

Um ótimo exemplo de uma cidade mapeada é Jakalla, criação do Prof. M.A.R Barker. Se possível, tente dar uma olhada nela antes de começar a criar a sua própira. (É parte do “Empire of Petal Throne”, $25.00, ou separadamente por $4.00: TSR, POB 756, Lake Geneva, WI 53147.)

Lembre-se, o senso comum deve ser usado sempre quando mapeando. Não se deve colocar o Banco e Empréstimos de Greyhawk no Bairro dos Ladrões, ou o Palácio do Governador no Distrito dos Camponeses.

Rafael BeltrameRafael Beltrame adora estudar a história do D&D (nos tempos da TSR) e ler módulos dos anos 70-80. Blogueiro compulsivo, trabalha em muitos projetos ao mesmo tempo e não se adapta muito bem às mudanças no campo da informática. Gostaria de morar na Village of Hommlet.

6 comentários:

  1. Mais uma excelente postagem padrão Joe Fischer/Rafael Beltrame! xD

    Meus amigos, ajudem um pobre padawan... Considerando a amplitude e a quantidade de opções (lugares) de um mapa, como administrar de modo satisfatório (sob a ótica dos jogadores) as aventuranças em cada setor da região? Além da taverna e do foco da aventura, onde mais seria interessante explorar?

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  2. Esse post complementa o último do Hiago, sobre aventuras em cidades. Acho interessante como os caras davam tanta ênfase aos mapas feitos em casa. Imagina o trabalho que dá pra fazer um mapa como esse que ele sugeriu, ainda mais tendo que pintar a obra de arte.

    Sobre a pergunta do Mu, há vários locais para se explorar em uma cidade: templos, ruínas nas partes antigas, aquedutos, muralhas, feiras, prisões... a lista é imensa.

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  3. verdade

    depende do que vc quer para sua cidade. os jogadores nao irao explorar TODA a cidade de uma vez, mas vc deve ter ao menos uma lista de nomes no caso de precisar (para os npcs, e de preferencia, anotar q o nome ja foi usado. cansei de ver ferreiros chamados smith)

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  4. Muito boas dicas para fazer cidades. Gostei.
    XD

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  5. Anotações e claro desenhos são os melhores amigos do mestre. Ótimo post Beltrame \o/

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  6. Isso me faz recordar da caixa "City State of the Invincible Overlord". Ótimo material desse gênero e uma grande inspiração para os DMs (ou juízes, termo que prefiro) que queiram começar uma campanha baseada em mapa. Gostei muito da matéria.

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