Bem, sábios peregrinos, o Cavaleiro, responsável oficial pelos relatos de campanha, não pôde trazer-vos as novas nesta semana, mas não haja desesperação, pois ninguém há de ficar sem ler o que se passou nas aventuras do famigerado grupo que vem se metendo nas maiores das encrencas nas terras de Bruntoll (isso soou um pouco como Sessão da Tarde, mas ignorem...), pois este bardo vos contará tudo do que houve então. Sem mais delongas...
Após uma árdua vitória contra um grupo de batedores orcs que perseguia os personagens após eles terem começado a fugir na direção da vila para avisar o povo do enorme contingente lá reunido, os bravos aventureiros queimam a ponte que dava acesso à vila e chegam ao mencionado local já perto da noite, totalmente exauridos, sem fôlego, sem saúde e com os corações batendo forte pela simples lembrança do grupo orc visto atrás. Logo que adentram a vila, Darcham vem até eles dizendo:
"Então, teremos visitas ainda esta noite?"
Iantumal e Athos respondem quase juntamente, tão desesperados estavam para dar a terrível notícia e safar-se daquele grande perigo:
<Iantumal> Sim, prepare a mesa pra cerca de uns... digamos... 15.000 Orcs...
<Athos Mirrörleephe> Esperemos que não... não vindas da ponte, ao menos. Mas eles encontrarão uma outra rota, e rapidamente, creio...
Com esta notícia o semblante de Darcham cai sombriamente, e o grupo, após uma breve discussão sobre o que fazer, alcança a decisão de que descansar na vila, segundo Leonam, o mago mascarado, desejava, era inviável, visto que os orcs não tardariam a alcançar o local. Assim, Darcham lhes fala sobre o Bosque Sagrado, protegido pelos druidas desde tempos imemoriais, e que lá seria um local seguro aonde descansar e recuperar as forças para tentar dar cabo do problema colossal que lhes batia à porta. Havia um pequeno empecilho, no entanto: Marta, a líder da vila e poderosa druidisa, não poderia permitir o acesso ao bosque tão facilmente, e o próprio Darcham, seu marido, explica aos aventureiros que eles devem convencê-la a este ato de caridade, pois de outro modo, todos seriam mortos antes do nascer do Sol.
Darcham os leva até Marta, que estava preparando a vila para a batalha, e a conversa começa quando Leonam diz:
<Leonam> Perdão grande sacerdotisa, mas temos informações que agravam nossa situação.
<Marta> Que informações são essas que precisam ser compartilhadas com uma mulher, e não com o chefe da guarda?
<Athos Mirrörleephe> Sim... parece que o número de inimigos é muito maior do que a princípio pensávamos, e... receio que talvez devêssemos evacuar a vila, para algum local seguro e escondido...
<Marta> Evacuar a vila? A esta hora? E os velhos e crianças? E as mulheres grávidas? Temos que ficar e lutar. Eles não podem ser tantos assim.
<Iantumal> Ouça as palavras de meus companheiros, senhora,,, Elas tem o peso da mais pura verdade...
<Athos Mirrörleephe> E esta verdade pesa no mínimo 15.000 orcs.
<Leonam> Em nossas incursões nas lonjuras descobrimos exércitos de pelo menos 15.000 orcs, estranhamente organizados, com batedores e muito bem armados.
<Athos Mirrörleephe> E podem ser muitos mais, a julgar pelo tamanho do acampamento...
Marta toma um susto ao ouvir sobre tão grande número de inimigos, e questiona sobre o que eles esperam que ela faça numa situação desta, em que as espadas tornam-se compleamente inúteis. Já chocada pela notícia avassaladora, a druidisa tem um tremendo acesso de fúria quando os Athos, Iantumal e Leonam a tentam convencer de usar o Bosque Sagrado como refúgio naquela hora escura:
<Marta> COMO OUSAM? COMO SE ATREVEM A VIR À MINHA CASA E PEDIR-ME QUE OS DEIXE PROFANAR O BOSQUE SAGRADO DE NOSSA ORDEM DRUÍDICA?????!!!!!
Os aventureiros ficam consternados e tímidos frente a uma resposta tão violenta e carregada com a fúria das folhas, mas após um pedido de desculpas de cada personagem, e de um abrupto silêncio, Marta finalmente assente, ficando comovida e lembrando dos ensinamentos de sua Ordem: no passado seus antepassados lutaram e morreram para proteger o bosque; agora o bosque protegeria aquele povo!
Depois dessa resolução, Marta dá meia hora para que os personagens comam algo e limpem seus ferimentos, pois uma longa caminhada viria. Quando a ordem é dada para que o caminho seja tomado por todo o contingente formado pela população vilã, os personagens vêem uma cena intrigante, mas bela: todos os habitantes da vila enfileirados em duas linhas. a da esquerda com as mulheres, a da direita com os homens. Darcham e Marta seguindo à frente, encabeçando as duas filas. Todos os cidadãos entoando muito baixo e lentamente uma cantiga triste enquanto seguem o caminho. Os aventureiros, mesmo sem entender o porquê daquilo, sabem que estão dentro de algo sagrado, e após questionarem-se sobre o que seria, passam também a repetir aquele canto tão ritualístico que repete-se de uma forma que parece infinita, invadindo os corações de todos. A noção do tempo e do espaço é perdida, e nada além de uma sensação, primeiro de tristeza, mas depois de respeito pela Natureza é sentida por todos, que são curados de todos os seus pesares mentais e seus flagelos físicos instantaneamente, como que por uma energia emanante do solo e do verde.
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Ó, Bosque Sagrado...
Ó, Bosque Sagrado...
Ali no profundo da mata situa
A mais elevada expressão desta vida,
Tão mais imponente que o todo do mundo,
Coitada da alma que lá estar perdida!
Ó, Bosque Sagrado...
Ó, Bosque Sagrado...
Escudo de espadas concreto e maciço,
Guardando este bosque em total segurança:
Escudo de gente, do povo da vila
Que pelo Sagrado mantém confiança...
Ó, Bosque Sagrado...
Ó, Bosque Sagrado...
Profanas façanhas não são permitidas:
Entrar na floresta e viver o perfeito?
Trazer a desgraça da fúria druida
Não é dos mais justos e claros direitos...
Ó, Bosque Sagrado...
Ó, Bosque Sagrado...
A verde e soturna perícia dos nossos
Parentes antigos dos tempos remotos
Salvou este bosque da fúria do mundo,
Dos uivos dos lobos e dos terremotos.
Ó, Bosque Sagrado...
Ó, Bosque Sagrado...
Chegamos agora ao momento de prata
No qual pelo bosque teremos resgate,
Seremos, ó povo, a nação mais ingrata
Se acaso deixarmos que o mundo nos mate!
Ó, Bosque Sagrado...
Ó, Bosque Sagrado...
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Chegando ao local de destino, os personagens se deparam com uma clareira em meio a um bosque de árvores centenárias, e todos sentam-se no chão, sentindo um estranho calor, mesmo com o Inverno próximo. Athos, o ranger, vê sua mãe completamente recuperada dos danos físicos sofridos na batalha pela qual quase sacrificara a vida. Iantumal, mesmo sentindo um poder estranho naquele ambiente ainda sentiu a presença forte de Rhîw ao seu lado, e com isto ficou calmo. O mago Leonam estranhamente não sente mais os efeitos da queimadura em sua face, o que o deixa feliz, embora um pouco perturbado; como todo bom mago, ele faz umas anotações sobre o tal bosque em seu grimório, maravilhado com tudo aquilo. Heidi dá as mãos ao cavaleiro Cerdic, e os dois parecem como se fossem pai e filha, tamanhas as semelhanças físicas entre ambos.
Quando tudo parece calmo e os aventureiros encontram-se revigorados, sons de trombetas e uma marcha tão pesada que faz até mesmo a terra tremer são ouvidos ao longe, e em poucos minutos orcs são vistos passando pelas árvores ao redor, carregando tochas, machados, espadas, lanças e toda sorte de armamentos bélicos, todos em marcha. O sonho vívido que era aquele bosque parece ser subitamente quebrado, e todos começam a preparar-se para o combate, mas Marta acalma aos aventureiros, dizendo-lhes que contanto que o silêncio seja feito, nenhum orc os perceberia ali durante toda a noite, e assim foi.
A noite finda e a luz da manhã vem fulgurante, com todos acordando confusos e levantando-se quase que ao mesmo tempo, como que acordados de um sono mais que ordinário. No meio da multidão a voz de Marta ergue-se num discurso em agradecimento aos aventureiros que ajudaram-na a ver o real perigo que eram aqueles orcs, e ela ainda decreta que o Bosque Sagrado não mais será sagrado só à sua ordem, mas também a todo o povo da vila. Os personagens, honrados, assentem àquelas palavras com solenidade, mas então um novo assunto irrompe: o que fazer com os orcs? Combatê-los? Esconder-se no bosque por tempo indefinido? Os aventureiros sentem-se confusos sobre o melhor caminho, mas Darcham lhes explica que a continente de orcs que passara na noite anterior havia seguido adiante na direção Sul, sem quedar-se nas proximidades da vila. Os aventureiros não haviam percebido, pois dormiam então.
Ao ouvirem sobre isso, os aventureiros entram numa longa discussão sobre que destino tomar a seguir: ir atrás dos orcs na direção sul, até Villalobos, para avisar a cidade do possível ataque e talvez topar com o povo do cavaleiro Cerdic e ganhar mais pistas sobre Strass, o qual passivamente matou a família do guerreiro Limpeon? Ir até a Torre do Conhecimento para investigar o que aconteceu na batalha entre Willard e Kelben, e tentar parar os nefastos planos deste? Ir ao Principado Élfico em busca do Manuscrito da Modelagem Elemental, que poderia ajudar a compreender o que aconteceu com Miriam e, quem sabe, encontrar uma forma de curar as horríveis cicatrizes de Leonam?
Sim, muitos destinos e pouco tempo para decidir, pois a roda do destino planeja muito a esses aventureiros ainda. Eles saem do bosque sagrado pela manhã, em direção ao que restou da vila, um pouco aborrecidos com tantas escolhas, mas ainda indômitos e valorosos.
Observação: a imagem que encabeça o post é chamada Enchanted Forest II, e a artista que a criou é day-light.
Não sei como vocês se sentiram, mas esta foi a melhor aventura de toda a campanha, até agora. A coisa tá ficando cada vez mais interessante.
ResponderExcluirTambém achei, mas agora com tantos objetivos à frente, vai ser complicado escolher o caminho em conjunto :S
ResponderExcluirA próxima mesa vai dar uma boa discussão sobre isso xD
Caro Encaitar, se você fosse da mesma época que Tolkien, garanto que ele iria pedir sua opinião sobre os versos que escrevia =D...
ResponderExcluirA aventura esta MUITO EMOCIONANTE. Espero que não de briga entre os PJ's para escolher qual caminho tomar xD...
NOOSSSAAA Encaitar estava insPIRADO!
ResponderExcluirLEONAM NIVEL UP \o/ UHULLLLL
A campamha esta muito legal, Priest congratulations =D
Uau muito bom o verso! Quem me dera ter um pouco desa sabedoria ^^
ResponderExcluire a aventura ta muito boa eim
A aventura está incrivel!!! Aguardando anciosamente os proxímos capítulos.
ResponderExcluirEncaitar, mais um trabalho primoroso!!!
O Cavaleiro não pôde fazer esse diário, mas Encaitar, o bardo, matou a pau mesmo!
ResponderExcluirA aventura está ficando demais!
E, como sempre, estamos cheios de caminhos para tomar. D8
Não haveria relato nem cantiga sem o maravilhoso grupo para proporcionar uma tão incrível história *-*
ResponderExcluirEstou ansioso a jogar novamente \o/
Muito legais as aventuras pessoal, parabéns! Os PCs estão em qual nível?
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