segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Zumbis no D&D


Como devem ter adivinhado a essa altura, o tema da semana é “Zumbis”.
Não há como negar a fascinação que estas criaturas causam, talvez não (apenas) na mesa de jogo, mas em diversas mídias. Jogos de videogame, livros e filmes estão repletos de exemplos e complexidades destas criaturas.
Rápidos, lentos, burros ou espertos, humanos ou monstruosos, terríveis ou cômicos. Existem zumbis para todos  os gostos!

No D&D, a presença do zumbi já era notada no seu antecessor, o Chainmail. Dentro da categoria “Wights (Ghouls)”, presumia-se (assim como muito na época deste livro) que o leitor já tivesse uma referência sobre o que seria um zumbi.

Se voltarmos um pouco no tempo, temos muitos exemplos de referências que moldaram o zumbi como vemos hoje:  Lovecraft com seu conto Herbert West –Reanimator (1928), Richard Matheson com I Am Legend (1954, adaptado para o filme Eu sou a Lenda, com Will Smith) e o filme Night of the Living Dead (1968), de George Romero.

A edição original de D&D, de 74, já descrevia os zumbis como seres “que agem sob o controle de um motivador”, seja ele mago ou clérigo caóticos. Sua moral era imbatível, lutando até a morte (de novo).

 Na versão Holmes (1977), eles já são descritos com alguns detalhes adicionais, como a locomoção silenciosa e sua criação já é especificada como obra de magos ou clérigos malignos (ao invés de “caóticos”).  A associação do “evil” com manipular os mortos é importante nessa etapa de solidificação do jogo entre as massas.

As versões de Moldvay (1981) e  Mentzer (1983, utilizando no Rules Cyclopedia também) dividem a mesma descrição, onde já é explicito em regra o conceito de que os zumbis são lentos, perdendo sempre a iniciativa em combate e atacando por último. É dito também que os zumbis podem ser demi human (elfos, anões, halflings,...)

Em termos de ficha, não há muita diferença. Moldvay acrescenta a possibilidade de o zumbi usar alguma arma.

A edição de 77 do Monster Manual  (AD&D 1ed) acrescenta muito pouco, como o dano por água benta.

A grande mudança mesmo vem em 1989, com o Monstrous Compendium, para o AD&D 2ed. Agora, cada monstro tem mais um menos uma página inteira de descrição, falando sobre a ecologia, hábitos e modos de ataque, e muitas vezes variações da mesma criatura e ganchos para aventuras.

Nesta história toda, muitos “primos” dos zumbis foram acrescentados, como os zumbis do deserto, zumbis juju e até zumbis do Strahd.

Sendo um monstro que acompanha o jogo desde sua criação até a 4ª edição, acho legal que ele tenha passado na “prova do tempo”. Zumbis são combatidos por aventureiros e afugentados por clérigos a décadas, e não existe razão para excluí-los de suas aventuras.

Criar um clima diferente, inspirar-se em outras fontes...tudo isso pode deixar os zumbis mais “únicos” no seu mundo e aumentar a diversão para todos. Zumbis com “mãos de tesoura”, cuspidores de fogo, “recheados” de gás venenoso, corpos de amigos ou aliados reanimados...

A imaginação é o limite!
Rafael BeltrameRafael Beltrame adora estudar a história do D&D (nos tempos da TSR) e ler módulos dos anos 70-80. Blogueiro compulsivo, trabalha em muitos projetos ao mesmo tempo e não se adapta muito bem às mudanças no campo da informática. Gostaria de morar na Village of Hommlet.

7 comentários:

  1. Quem diria que depois de um início tão modesto o Zumbi se tornaria um clássico das mesas de RPG? Vida longa aos zumbis! Se é que isso é possível XD

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  2. Zumbis são clássicos em qualquer cenário.
    E nada como uma horda deles pra deixar qualquer aventureiro preocupado (e qualquer mestre sorrindo ^^)

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  3. felizmente eles realmente fazem sucesso desde a sua "criação". Por isso tem em todos os sistemas ha tanto tempo.

    Bom dimais ^^

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  4. Eu só gostaria de lembrar que no livro I Am Legend, diferente do filme, a humanidade é transformada em vampiros, e não em zumbis.

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  5. @ Igor: sim, contudo, a tematica "fim da humanidade" é compartilhada

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  6. O que seria da nossa cultura literária, RPGística e gamística (e whateverística) sem essas lendas do terror?

    Saudemos os zumbis, mas cuidemos de nossos cérebros, porque tem muitos à solta neste mundo :D

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  7. Em RPG medieval zumbis costumam ser mais do mesmo, apesar de serem ótimos de se utilizar.
    Uma coisa que eu tenho muita vontade de fazer é um pseudo apocalipse zumbi no meu jogo medieval. Com a tematica de infecção e ao morrer vc se torna um deles poucas horas depois.
    Ótimo post... Essa semana vai ser f!@#

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