terça-feira, 16 de agosto de 2011

Resenha: O Caçador de Apostolos


"Haverá dois soldados. Um de Deus e um outro do Diabo.

Foi o que disse a segunda profecia. A primeira falou da corrupção da Voz de Urag, da época em que a líder da Igreja trairia seu povo e faria a guerra contra os cardeais. As profecias avisaram sobre a Voz de Urag, a Voz de Deus, tornada maligna, uma serva do inferno. O surgimento de dois heróis para derrubá-la. E a queda de um deles, revelado como o Soldado do Diabo.

Mas e se for tudo mentira?"

Neste romance, Leonel Caldela esbanja violência e imundice que um mundo medieval é capaz de ter. A História é Narrada por Iago, um escritor que presencia a maior parte dos fatos ocorridos e não esconde a necessidade de inventar e mentir sobre outros fatos em que não esteve presente.

O livro conta das desventuras do exercito rebelde contra a tirania dos Cardeais da Igreja. No meio dessa disputa, encontra-se a Voz de Urag, a representante de Deus na Terra, a qual os Cardeais deveriam servir.

Diferente de outros épicos fantásticos, principalmente pelo excesso de realismo violento,  algo que o autor sabe fazer muito bem e que gera uma aflição no leitor, diferente daquela empolgação de Ver um Elfo matar mil orcs sozinho.

O resultado é uma obra autêntica mas com vários elementos que caracterizam um romance fantástico de aventura, guerra, disputas políticas e Fé.

Na Mesa de RPG
O livro em sua Mesa de jogo. Para quem gosta de detalhes realistas em um mundo medieval ( iniciativa que sou fã) o livro é um prato cheio, nas descrições do Mestre, não existe uma estocada que não cause repulsa nos resultados, com um grito de soldado implorando a mãe quando vê a espada inimiga em seu bucho, o cheiro nauseabundo da morte, das tripas, o som dos ossos quebrando, a dor, o medo, a deserção. São elementos que podem dar um tom diferente para sua aventura.

A fé algo que pode ser muito útil em uma mesa, o quão manipulável um crente cego pode ser? Esses devotos se matariam por seu deus? E por seu representante? 

Esse realismo pode não fluir em muitas mesas, vai muito do gosto dos jogadores. Se quiserem ter uma experiência diferente em sua exploração de masmorra o livro serve para dar uma boa ideia, já que nem um soco na boca escapa de descrições como " sentindo os nervos da mão rasgando nos dentes do inimigo gerando dor profunda". Talvez esse realismo não funcione e eu esteja inventando tudo isso.
        
Boa leitura, boa aventura.
DruidaAlexandre Schwarzenegger é Rpgista desde 98, aficionado por fantasia medieval old school e da nova e toda estilizada também, está cursando História e pretende ser um pesquisador na área de educação com o RPG, atualmente fazendo sua monografia e criando seu cenário medieval.

5 comentários:

  1. Deve ser um baita de um livro. E de fato deve ajudar muito na mesa de jogo...

    E realmente, depois que li a Trilogia Tormenta minhas narrações em meio ao jogo ficaram até mais "brutais", ala Leonael Caldela. Fico aqui pensando no estrago que um mestre pode fazer depois de ler esse ai...

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  2. Premissa interessante, que parece ter influência de George Martin e Cornwell. Gostaria de ler mas o tempo (ou a falta dele) é um inimigo poderoso...

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  3. Leonel Caldela é um nome muito forte entre os autores nacionais.

    Quanto a violência, não tenho dúvidas. Quem leu Área de Tormenta sabe que o autor não tem nenhuma preocupação em poupar personagens, nem mesmo heróis épicos =)...

    Eu particularmente já prefiro "povos mais felizes", mas pra quem gosta do tema não resta dúvidas de que seja um excelente livro.

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