A magia era uma prática ritualista, uma ligação a algum poder sobrenatural, que encontrava-se presente em todas as formas de sociedades do mundo antigo.
A magia era uma prática ritualista, uma ligação a algum poder sobrenatural, que encontrava-se presente em todas as formas de sociedades do mundo antigo, tais como os babilônios, celtas, os trácidos, egípcios, gregos e romanos.
Esses povos antigos eram essencialmente agrários e isto os colocava em contato próximo à natureza e na sua dependência. Assim, possuíam uma relação com os fenômenos da natureza muito próximo e muitas vezes baseada em custo-benefício, ou seja, realizavam rituais e oferendas esperando receber dádivas e desejos realizados. As sociedades antigas praticavam a magia para conseguir melhores colheitas, para a fertilidade dos animais domésticos e das mulheres, visando o nascimento de crianças saudáveis.
A magia também era encarada como uma forma de amenizar o tremor diante do desconhecido.
Esses povos antigos eram essencialmente agrários e isto os colocava em contato próximo à natureza e na sua dependência. Assim, possuíam uma relação com os fenômenos da natureza muito próximo e muitas vezes baseada em custo-benefício, ou seja, realizavam rituais e oferendas esperando receber dádivas e desejos realizados. As sociedades antigas praticavam a magia para conseguir melhores colheitas, para a fertilidade dos animais domésticos e das mulheres, visando o nascimento de crianças saudáveis.
A magia também era encarada como uma forma de amenizar o tremor diante do desconhecido.
Os celtas
Os os celtas ocuparam praticamente todo o continente europeu, é seu surgimento é calculado por volta de 1800 a 1500 a.C. com base em escavações e pesquisas, já que não possuíam um sistema de escrita. Esta cultura desenvolveu-se de maneira tribal, seus diferentes grupos apresentam algumas similaridades em especial, mas nunca foram um império unido.
Os celtas viam a natureza e todas as suas características como algo vivo e sagrado. Seus deuses e deusas refletem essas crenças, pois praticamente todos eles estão relacionados a algum aspecto da natureza, como lagos, bosques, templos, montes sagrados. Animais e árvores têm um papel de destaque na visão dos celtas. As árvores por conterem o Oghan (alfabeto druídico das árvores), e de acreditarem na árvore da vida ou grande árvore (axis mundi).
Assim, é possível perceber a proximidade do convívio humano com o mundo animal, a maneira xamânica de encarar o rito religioso.
Caldeirão de Gundestrup que pertence à cultura Celta entre o século II e I a.C, encontrado na Dinamarca, no norte europeu, em 1891.
Babilônicos e Egípcios
Alguns pesquisadores, como Andre Bernand na obra Sorciers Grecs, afirmam que os egípcios foram herdeiros dessa magia dos babilônios. Essa teoria é sustentada por diversas tradições egípcias que possuem familiaridades com as babilônicas, entre estas podemos citar acentuada familiaridade do deus Hermes tem com a divindade egípcia Thoth e que os princípios mágico-filosóficos sobre a transmigração da alma.
Há inúmeras fórmulas mágicas escritas em papiros hieráticos no Museu de Berlim do tipo apotropaico, ou seja, para proteger as crianças de doenças, contra mordidas de escorpião, proteção contra inveja, mal olhado ou contra assalto.
Em um desses papiros mágicos podemos ler o seguinte: "Eu sou Anubis, Eu sou Osir-phre/ Osiris-Re, Eu sou Osot Soronouier, Eu sou Osisis a quem Seth destruiu. Eu (nome do solicitante) ordeno a você fazer, que me obedeça e me torne invisível". Com essas palavras ritualísticas o solicitante pedia proteção contra algum mal.
Papiro egípcio em exposição no Museu de Berlim
Gregos
Aventuras mitológicas e Deuses sempre fizeram parte do mundo Grego, do cotidiano da Grécia Antiga, principalmente nos séculos V e IV a.C.
A pratica de magia era percebida através dos rituais religiosos, onde destacamos a prática religiosa oficial que visava o bem comum, o bem da pólis, e uma outra prática também religiosa, mas que nos sugere interesses individuais. Esta prática é denominada a prática de fazer mal ao inimigo através dos katádesmoi ou defixios.
Estes katádesmoi se caracterizam por serem finas lâminas de chumbo (metal frio e maleável) que traziam gravadas além do desejo do solicitante e dos nomes das pessoas que desejava prejudicar, os nomes de divindades ctônicas, deuses que tinham contato com o Mundo Subterrâneo – lugar dos mortos, com a terra, a vegetação. As lâminas analisadas correspondem ao período Clássico de Atenas e nelas encontramos maior frequência da presença de Hermes, sozinho e às vezes com outros deuses na mesma lâmina. Estes outros deuses são Hades, Perséfone, Gaia e Cérbero.
Pedindo permissão ao Deus selecionado, o mago podia então, usar as almas de pessoas especiais, pessoas que morreram fora do ciclo de vida determinado pelo ateniense: nascer, crescer, reproduzir, envelhecer e morrer.
Aventuras mitológicas e Deuses sempre fizeram parte do mundo Grego, do cotidiano da Grécia Antiga, principalmente nos séculos V e IV a.C.
A pratica de magia era percebida através dos rituais religiosos, onde destacamos a prática religiosa oficial que visava o bem comum, o bem da pólis, e uma outra prática também religiosa, mas que nos sugere interesses individuais. Esta prática é denominada a prática de fazer mal ao inimigo através dos katádesmoi ou defixios.
Estes katádesmoi se caracterizam por serem finas lâminas de chumbo (metal frio e maleável) que traziam gravadas além do desejo do solicitante e dos nomes das pessoas que desejava prejudicar, os nomes de divindades ctônicas, deuses que tinham contato com o Mundo Subterrâneo – lugar dos mortos, com a terra, a vegetação. As lâminas analisadas correspondem ao período Clássico de Atenas e nelas encontramos maior frequência da presença de Hermes, sozinho e às vezes com outros deuses na mesma lâmina. Estes outros deuses são Hades, Perséfone, Gaia e Cérbero.
Pedindo permissão ao Deus selecionado, o mago podia então, usar as almas de pessoas especiais, pessoas que morreram fora do ciclo de vida determinado pelo ateniense: nascer, crescer, reproduzir, envelhecer e morrer.
Exemplo de Katádesmoi grego
Assim, percebe-se por meio de alguns documentos textuais e pesquisas de historiadores e das escavações arquológicas que as práticas magias praticadas pelas sociedades antigas visavam, em sua maioria, o benefício da coletividade, através da fertilidade do solo, dos animais e das mulheres, sendo considerada esta uma prática comum.
Contudo, a partir do Império Romano, essas práticas de rituais encontraram um declive. devido, principalmente, a perseguição dos praticantes destes rituais e do banimento do denominado paganismo.
Contudo, a partir do Império Romano, essas práticas de rituais encontraram um declive. devido, principalmente, a perseguição dos praticantes destes rituais e do banimento do denominado paganismo.
Isto posto, pode-se afirmar que a magia fez parte do processo evolutivo da humanidade. Esta visão da magia integra a chamada teoria da secularização. O paradigma tem como matriz o Século das Luzes com Voltaire e Montesquieu, e se estende ao século XIX com Comte, Marx, Weber. Eles preconizam que a magia é o estado primitivo da religião e que ao chegar a modernidade, os seres humanos não teriam mais a necessidade das crenças mágico-religiosas, pois reinaria o império da ciência.
Contudo, algumas crenças supersticiosas ainda permanecem entre nós, tais como o temor por gatos pretos, e pela sexta-feira treze; o poder mágico dos números três, sete, dez e treze, bem como do trevo de quatro folhas; entrar na residência com o pé direito; não comer nada que caia no chão (tá, mas isso é porque é nojento :p), ou até se benzer ao sair de casa ou passar enfrente a um templo religioso.
Viu, eu disse que a Conversa de Taberna também era cultura ^^
P.S.: Post baseado na entrevista da Revista Leituras da História realizada com Maria Regina Cândido, professora adjunta de História Antiga da UERJ, coordenadora do Núcleo de Estudos da Antiguidade; e no Livro: Vida, Morte e Magia No Mundo Antigo da VII Jornada de História Antiga - NEA/UERJ.
Postado Por Bel.
Muito bom o post, acho que se esse costume de destruição e perseguição de uma cultura antiga para a se implantar uma nova, teríamos muito mais o que estudar a respeito de comos os povos antigos viam a magia, quem sabe até teriamos acesso a alguns feitiços que se perderam pela eternidade. kkk
ResponderExcluirFico pensando na famosa biblioteca de Alexandria, imagina se não tivessem destruído!
ResponderExcluirBel me serve uma Tequila pra matar a tristeza.
Essa imagem inicial é mesma do meu quadro, que tenho pendurado ao lado da lareira de minha humilde cabana =D...
ResponderExcluirUma verdadeira aula de história que eu tive o prazer de participar.
Essa Taberna, sem dúvida, é extraordinária. Que outro local poderíamos adquirir cultura tomando uma caneca de cerveja =P...
Esse post ficou excelente Bel! Muito legal ver as formas que a magia era utilizada em civilizações antigas, e suas crenças para pratica-las.
ResponderExcluirE eu quero aquele pão de cerveja com alecrim, com uma bela garrafa de vinho!
gente, acho q a Bel administra a taverna, ao inves de servir como garçonete, heheh
ResponderExcluirotimo post, muito bacana esses lances historicos. sempre ajudam na hora de criar algo para os jogos
O post ficou show de bola mesmo! É uma pena que os celtas não tenham deixado parte de sua cultura escrita para alguém encontrar. Se o que conseguiram descobrir sobre eles até agora já é legal, imagina se tivessem encontrado algum registro deles.
ResponderExcluirQuanto a bebida, me serve um copo d'água XD
vale lembrar que qualquer ritual é feito igual como foi a primeira vez, representacao do tempo inicial. em estudos antropologicos, conhecr a historia de um objeto, e ter poder sobrre o mesmo, na maioria das culturas. o conhecimento de historia do objeto, da historia da criacao e sua representacao em este tempo-outro é a base da maioria dos rituais, tanto das civ. europeias, quanto africanas e pre colombianas. falarei mais a respeito disso depois. abraços!
ResponderExcluirMuito interessante Bel!
ResponderExcluirEu gosto muito de história antiga, e pretendo me especializar nessa área da história... Ou Idade média??
Muito legal o post mesmo.
Também me valeu para saciar uma dúvida. Os povos nórdicos não aparecem na história antiga da escola, e só são pincelados como pedras no sapato da Idade Média. Vendo que o Caldeirão de Gundestrup foi encontrado na Dinamarca no século II a.c, fica provado o desenvolvimento de culturas ao norte, muito anteriores à "Idade das Trevas" (Bullshit!).
Fica um abraço Bel, e um brinde pela prosperidade de sua taverna!
@Beltrame: Tem razão Beltrame... Mas a gente é metido e gosta de pedir direto com o dono mesmo =P...
ResponderExcluir@Bel: Desce mais uma, por favor, que hoje eu não volto pro bosque...
Pra começar eu gostaria de uma cerveja e um leitão a pururuca.
ResponderExcluirBelo post Bel, é realmente interessante saber como os povos antigos encaravam a magia, isso dá idéias para deixar a mesa de jogo com mais cor.
Não se preocupem pessoas, eu faço questão de atende-los pessoalmente na Taberna. E todos os pedidos já foram devidamente providenciados.
ResponderExcluirMeu professor de historia sempre dizia que para se entender o presente tem-se que compreender o passado. Ele está absolutamente certo, mas aposto que nunca pensou que isso seria útil para RPG. ^^
Eu vou ficar com um copo de leite. Se tiver achocolatado, pode colocar duas colherinhas, por favor, sem açúcar. XD
ResponderExcluirEssa taberna é só cultura! Ao ler este post, lembrei de um outro post que fiz um tempo atrás, em que falei a respeito das semelhanças entre clérigos e magos.
De certa forma, os magos eram como clérigos, em suas respectivas culturas, antes do despontar do catolicismo, pois cuidavam da parte espiritual de seus povos e conduziam rituais a seus deuses.
Sempre admirei a cultura céltica até porque o respeito por todas as coisas vivas deveriam permanecer independente da cultura, religião, crença ou época em que vivemos...
ResponderExcluirBeeeel, lindas as imagens, visse, aula de cultura xooou de bola! =D